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Mateus Benato
Com pouco tempo no cargo e para treinar, técnico uruguaio valoriza mais a vitória do que a vantagem na semifinal do Campeonato Paulista.
Diego Aguirre foi claro na entrevista que deu após São Paulo 1 x 0 Corinthians, no domingo, no Morumbi. O técnico tricolor queria ganhar o clássico. Parece óbvio – afinal, quem quer perder? –, mas não é.
Depois de três derrotas em jogos grandes com Dorival Júnior neste ano, uma para cada rival estadual, o São Paulo venceu pela primeira vez. Em jogo eliminatório contra o Corinthians, o jejum era maior: desde 2002.
Com pouco tempo de clube (cinco jogos, três deles no banco), Aguirre agarrou-se no fator psicológico para valorizar a vitória. A vantagem poderia ter sido maior? Siiimmm! Mas – desculpe a insistência – o uruguaio só queria ganhar.
Para isso, sem Rodrigo Caio e Cueva (convocados por Brasil e Peru), além de Valdívia (machucado), Aguirre escalou o São Paulo com três volantes. No papel, uma formação mais defensiva. Em campo, não foi o que aconteceu no primeiro tempo.
Liziero foi mais meia que volante. E trouxe Petros para frente com ele. Com a movimentação constante do trio ofensivo (Nenê começou centralizado, Tréllez foi o mais combtivo), o São Paulo pressionou o Corinthians. Em três minutos, provocou duas saídas erradas de bola da defesa adversária. Logo em seguida, Liziero apareceu na entrada da área para finalizar – veja:
Os times estavam espelhados, quase que no mesmo esquema tático. Fábio Carille, que, além dos três convocados (Balbuena, Fagner e Romero) e do machucado Jadson, teve que poupar Rodriguinho e Clayson, também montou o Corinthians fechado. Só que na teoria e também na prática.
Pela iniciativa ofensiva, Liziero foi o diferencial do São Paulo na etapa inicial. Mas, conforme o tempo ia passando, os donos da casa não conseguiam transformar o domínio territorial em perigo de gol. Sem criatividade, a saída era cruzar a bola. A primeira chance entrando na área veio somente aos 44 – assista:
O empate sem gol não foi para o intervalo por causa da doação defensiva de todos os jogadores – “primeiro vamos marcar, para depois ganhar o jogo”, tinha dito Aguirre antes da partida. Aos 47, no campo de defesa, Tréllez tirou a bola de Mantuan e levou-a até o outro lado do campo, onde Nenê abriu o placar.
Mesmo com três substituições no segundo tempo, o São Paulo praticamente não saiu do desenho da prancheta de Aguirre. Saíram Marcos Guilherme, Liziero e Nenê; entraram Lucas Fernandes, Araruna e Morato (depois de quase um ano parado por lesão no joelho direito).
Mesmo em seu estádio, o São Paulo recuou. E, desde o início da etapa final, passou a esperar o Corinthians com todos os jogadores no campo de defesa, atrás da linha da bola.
Por quê? Não seria melhor ter saído mais para aumentar o placar? A vantagem mínima não pode ser perigosa em Itaquera, na próxima quarta-feira? Desculpe, mas prometo que vou dizer isso pela última vez: Aguirre queria ganhar o clássico, só isso. E ganhou.
Para o São Paulo, diante do que vinha acontecendo ultimamente, com seus técnicos e nos clássicos, não foi pouca coisa.
E, se você ainda está preocupado com o placar do jogo, segue uma informação importante. Nos últimos três jogos que fez na arena rival, onde nunca venceu, o Tricolor obteve resultados interessantes para a disputa atual: dois empates (que o colocam direto na final) e uma derrota por um gol de diferença (que leva a decisão para os pênaltis).
Clássico vencido, os próximos passos do São Paulo de Aguirre são:
- eliminar o Corinthians num mata-mata, o que não acontece desde 2000;
- chegar à decisão do Campeonato Paulista, para onde não vai desde 2003;
- e ser campeão!!! O último título foi conquistado em 2012; no torneio estadual, em 2005.
Aguirre tem segunda e terça para rabiscar e treinar outro desenho tático que faça o São Paulo avançar. Pode ser o mesmo, inclusive. Com pouco tempo no banco tricolor – “eu só tenho dez dias aqui”, disse depois do clássico –, o técnico sabe bem que, além de jogar, seus jogadores precisam ter atitude para jogar.
É por isso que ele só queria ganhar o clássico. Putz… Eu tinha prometido não falar isso de novo…
O São Paulo mostrou que o corintians não poderá dar espaço para contra ataque, porém se esperar apenas o sao Paulo ou fazer um jogo de meio campo , o corintians não marcará gol, tera de atacar e dará o espaço que o São Paulo precisa. Venceremos a primeira no Itaquerão.