Cicinho anuncia aposentadoria por lesão e quer se desligar do futebol

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GazetaEsportiva.net

Marcelo Baseggio

A carreira de Cicinho chegou ao fim. Nesta terça-feira, o agora ex-lateral-direito concedeu entrevista coletiva no estádio do Morumbi, onde colecionou diversas glórias com a camisa tricolor, para anunciar a sua aposentadoria. Após acertar com o Brasiliense no ano passado para disputar a Série D do Brasileirão em 2018, o jogador não conseguiu superar os incômodos físicos aos 37 anos e optou por dar fim à sua trajetória no futebol.

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Contando com a presença do presidente do São Paulo, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, e Diego Lugano, superintendente de relações institucionais do clube, Cicinho foi homenageado pela dupla com uma camisa enquadrada, posteriormente com outro uniforme tricolor em que estampava a frase “Obrigado, Cicinho” e também por antigos companheiros através de vídeos protagonizados por Aloísio Chulapa, Rogério Ceni, Mineiro, Josué, Fabão, Grafite, Edcarlos, Souza e Amoroso. Emocionado, mas ao mesmo tempo tranquilo, o jogador campeão paulista, da Libertadores e do Mundial com o clube do Morumbi explicou sua decisão.

“O São Paulo abriu as portas e estou aqui para falar sobre o encerramento da minha carreira devido a problemas no joelho. Tentei voltar a jogar agora no Brasiliense, não por questões financeiras, mas pelo sonho de voltar a jogar em alto nível no futebol brasileiro, já que nos três anos em que atuei na Turquia tive o privilégio de jogar em alto nível”, disse Cicinho, que em 2018 entrou em campo apenas duas vezes.

“Essa decisão foi de comum acordo com a minha família. Foi a melhor opção devido a esse problema de cartilagem, a esse problema ósseo. Foram feitos tratamentos para eu continuar jogando, precisaria de uma cirurgia mais agressiva, que me afastaria dos gramados de seis meses a um ano. Então, não achei viável. Através de diagnósticos de dois médicos de minha confiança, a melhor opção seria realmente parar de jogar futebol. Optei por isso. Agradeço ao São Paulo, ao Lugano, que está aqui sempre nos prestigiando, aos assessores do São Paulo. Obrigado a todos”, prosseguiu.

Com passagens por Real Madrid, Roma e Seleção Brasileira, Cicinho decidiu retornar ao Brasil após três temporadas defendendo o Sivasspor, da Turquia. Por lá, ele foi eleito duas vezes o melhor lateral-direito da Liga Turca e, em sua última temporada, acabou sofrendo uma lesão no joelho que atrapalhou sua continuidade dentro das quatro linhas. Embora todo atleta profissional conviva com dores e lesões, desta vez, os incômodos físicos foram além.

“Quando comecei a me preparar [para a aposentadoria] foi quando eu voltei aos treinamentos mais fortes. É óbvio que você perde o sono, porque você convive com dores. Você vai se espreguiçar à noite e começa a ter câimbra. Você apoia o pé no chão e começa a dar choque, o Lugano sabe do que estou falando. Mas isso não tirou a minha tranquilidade e a certeza de que estava direcionando o meu futuro. Tomei a melhor decisão”, garantiu.

Agora livre de preocupações, Cicinho ainda não definiu qual será seus próximos passos. Por ora, ele pretende apenas se desligar do “mundo da bola”, dando atenção somente ao projeto de seu centro esportivo, que já está em construção no interior de Goiás. Segundo o ex-lateral, o momento é de poder extrapolar na alimentação e se dedicar um pouco mais à família, que teve de lidar nos últimos bons anos com sua ausência por conta da rotina de jogador profissional.

“Estou trabalhando na inauguração desse projeto no interior de Goiás, é um centro esportivo que já está em construção há dois anos. Vou trabalhar nesse projeto, é o que estou projetando para o meu futuro. Claro que não vou dispensar possibilidades de trabalhar no meio do futebol, mas o meu pensamento é o centro esportivo. Agora é o momento de viajar um pouquinho, pescar, comer um pudim sozinho. Lógico que não posso engordar muito também, porque minha esposa cobra muito a boa forma. Mas é o momento de desligar e logo mais estaremos à disposição para estudar propostas”, disse Cicinho antes de completar com a revelação do convite para retornar à Turquia, agora como dirigente. “Tenho a possibilidade de trabalhar no Sivasspor, da Turquia. Foi feita uma proposta lá atrás, mas já é um pouquinho distante, porque não é a nossa vontade de sair agora do Brasil”.