São-paulinos veem “atitude” pedida por Aguirre como caminho para a redenção

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UOL

José Eduardo Martins

Após a vitória por 2 a 0 sobre o São Caetano, os jogadores do São Paulo pareciam ter ensaiado o discurso. Todos destacaram a mudança de atitude que o técnico Diego Aguirre havia pedido aos pupilos para que, desta maneira, o Tricolor conseguisse a classificação para a semifinal do Campeonato Paulista. Segundo os atletas, a postura aguerrida demonstrada no triunfo desta terça-feira (20) contrastou com a apatia do time na derrota por 1 a 0 para a mesma equipe do ABC, no sábado.

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“Isso que estava faltando, essa gana. Em alguns jogos faltou isso, realmente. Mas hoje [terça-feira] não faltou. A gente pode errar gols, passes, mas não podemos deixar de correr. Isso é o mais importante. Futebol hoje em dia está muito equilibrado, então, se a gente não competir com o adversário vamos sair atrás. Nosso espírito tem de continuar assim daqui para frente”, afirmou o atacante Marcos Guilherme, que ressaltou a importância do treinador.

“Ele [Aguirre] é um cara que gosta de um time muito aguerrido, de muita raça. Nosso problema não é técnico, nem tático. Acho que às vezes faltava a gente querer brigar um pouco mais por cada bola. Isso que aconteceu e foi importante. Temos essa consciência, não se vence só com técnica e esse espírito tem de continuar”, completou o atacante.

Com essa postura, os jogadores acreditam que o São Paulo poderá até ser mais respeitado no decorrer da competição. “Foi um espírito de time que quer ser campeão, a entrega foi muito boa. A dedicação, a humildade, vibração dentro de campo, um comunicando o outro… Tudo isso foi fundamental para a vitória. Ele quer um time competitivo. Ele fala que pode não estar bem tecnicamente, mas precisa estar correndo e marcando. Isso vem um pouco dele. Essa entrega tem de ter em todos jogos. Precisamos entrar todos os jogos ligados. No mata-mata às vezes não dá para reverter”, disse o volante Jucilei.

Até mesmo quem era criticado pela falta de velocidade mostrou disposição na partida desta terça-feira. O veterano Nenê, de 36 anos, também ressaltou a intensidade do Tricolor durante o jogo, em que pressionou o adversário desde o início do primeiro tempo.

“Fico feliz de ter feito um bom jogo, mas não só eu como todo o time. Não só pela qualidade, mas pela nossa atitude e postura. A gente precisava disso, era o que faltava. Para o torcedor ver que a gente estava o tempo inteiro focado e concentrado. Para saber que se a gente duelasse o tempo inteiro de igual para igual uma hora a nossa qualidade técnica iria sobressair. Pressionamos o tempo todo mesmo com o campo molhado”, disse Nenê.

Sem tempo

Aguirre focou muito na parte emocional nos últimos dias e na cobrança de uma mudança de atitude da equipe até mesmo pela falta de tempo para trabalhar a parte tática. Recém-contratado, o técnico comandou apenas três treinos para dirigir o time em duas partidas contra o São Caetano. Agora, ele deve ter um pouco mais de tranquilidade para trabalhar.

“Estou desejando isso. É muito ruim não poder treinar o time e ter que jogar. A responsabilidade você tem, mas sem trabalhar é quase impossível que o time apresente melhora. Por isso, focamos na parte anímica, de atitude e entrega”, justificou Aguirre.