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Diego Salgado
Rubens Chiri/saopaulofc.net
Ex-atacante, uruguaio Diego Aguirre volta ao Morumbi depois de 27 anos
Quando Diego Aguirre entrou no Morumbi neste domingo para assistir à vitória do São Paulo sobre o Red Bull como futuro treinador do time tricolor, um roteiro de 27 anos atrás voltou à tona. O uruguaio, que tem uma relação intensa com a Libertadores, retornou ao clube em condições parecidas às vividas como jogador em 1990.
Assim como aconteceu no dia 13 de junho daquele ano, Aguirre foi anunciado pelo São Paulo no dia de um jogo no Morumbi. Em 1990, o treinador, aos 25 anos, foi confirmado pela diretoria como reforço para o ataque logo após um jogo da equipe pelo Paulistão. Hoje, acertou contrato para ser treinador até dezembro próximo.
A crise também se fazia presente, assim como hoje. O anúncio da contratação ocorreu depois de uma derrota para o Santo André em um jogo válido pela repescagem do estadual. O revés atrapalhou os planos do São Paulo, que não conseguiu a classificação às finais e teve de disputar o módulo amarelo em 1991, com equipes mais fracas.
Como centroavante do São Paulo, Aguirre disputou 17 jogos sob um contrato curto, que previa um empréstimo de três meses – o vínculo, em seguida, foi renovado por mais 90 dias, até o fim do Campeonato Brasileiro.
A passagem breve acabou marcada pela convivência com Raí e Ricardo Rocha, estrelas do time tricolor à época e que hoje estão na diretoria. Aguirre ainda tem uma boa relação com Diego Lugano, treinado por ele logo nos primeiros anos como profissional, ainda em 2002. Naquela temporada, o comandante uruguaio estava à frente do Plaza Colonia-URU.
Como atleta são-paulino, Aguirre teve um bom desempenho no começo da passagem pelo clube. Logo no quarto jogo pelo São Paulo, ele fez um gol de bicicleta contra o Grêmio no Olímpico num empate por 1 a 1 e foi fundamental para a classificação são-paulina às quartas de final da Copa do Brasil.
O uruguaio chegou ao São Paulo depois de defender o Inter por duas temporadas. A chegada ao Morumbi se deu pelas mãos do compatriota Pablo Forlán, ídolo do tricolor na década de 1970, pai de Diego Forlán e técnico que precedeu Telê Santana no clube tricolor.
O desempenho como atacante não foi ruim: foram sete gols marcados. Na reta final do empréstimo, porém, Aguirre foi atrapalhado pela questão física. Sob o comando de Telê desde outubro, o uruguaio perdeu espaço para a prata da casa Eliel. Na decisão do Brasileiro contra o Corinthians, por exemplo, ele ficou fora até mesmo do banco de reservas por estar fora de forma. Em 1991, seguiu rumo à Portuguesa.
Libertadores é com ele mesmo
Aguirre chegou ao São Paulo apenas três anos depois de marcar o gol mais importante da carreira. Com a camisa 9 do Peñarol, o uruguaio fez o gol do título da Libertadores, na decisão mais emocionante da história.
Aos 22 anos, Aguirre abriu caminho para a virada do Peñarol sobre o América de Cali, em Montevidéu. O placar por 2 a 1 após uma derrota por 2 a 0 na partida de ida forçou a disputa de um jogo-extra em Santiago, no Chile. Depois de 90 minutos e mais 30 minutos de prorrogação, Aguirre fez o único gol do duelo, no apagar das luzes, para delírio dos uruguaios.
Na edição de 1989 da Libertadores, Aguirre fez parte do elenco do Inter, que disputou a fase semifinal e perdeu a vaga na final para o Olimpia, do Paraguai.
A relação com a Libertadores voltou a ser intensa como treinador. Em 2011, Aguirre levou o mesmo Peñarol ao vice-campeonato – na final, o time acabou derrotado pelo Santos de Neymar.
Em 2015, disputou uma vaga na decisão como treinador do Inter. A derrota para o Tigres, do México, abreviou sua passagem pelo time gaúcho. No ano seguinte, sob o comando do Atlético-MG, Aguirre perdeu justamente para o São Paulo nas quartas de final. Na temporada passada, com o San Lorenzo, o uruguaio parou na mesma fase após ser derrotado pelo Lanús.
Interessante! o Rodrigo Caio fez um gol de cabeça no escanteio contra o poderoso Linense lanterna do campeonato e foi tratado como herói e craque, agora o Arboleda também fez um gol de cabeça no escanteio e ninguem fala nada nem um elogio.