Torcida do São Paulo faz “marcha fúnebre” e protesta contra “time morto”

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UOL

Adriano Wilkson e Diego Salgado

  • Adriano Wilkson/UOL

  • Torcedores do São Paulo fazem ato crítico à direção do clube no Morumbi

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  • Torcedores do São Paulo fazem ato crítico à direção do clube no Morumbi

A torcida do São Paulo promoveu um extenso protesto neste domingo nas imediações do estádio do Morumbi, nas horas que antecedem a partida contra o Red Bull, pelo Campeonato Paulista. O alvo do ato foram a diretoria do clube e o atual elenco de jogadores.

Planejada pelas torcidas Independente e Dragões da Real, as mais famosas organizadas ligadas ao São Paulo, a “marcha fúnebre” foi iniciada duas horas antes do jogo do Paulistão. Cinco caixões, seis faixas e dezenas de cruzes trouxeram mensagens que contestam pontos importantes da administração do presidente Leco, Carlos Augusto de Barros e Silva. Também a má sequência de resultados do time foi alvo da encenação, com objetos em alusão a “um time morto”.

Ao som de uma marcha fúnebre e marcação de tambor, foram contestados o trabalho das categorias de base em Cotia e, segundo os torcedores, o uso do ídolo Rogério Ceni como “barganha política” na última temporada. Na caminhada, os torcedores exibiram faixas com mensagens como “São Paulo na UTI” e pediam a “libertação de Leco”. Uma fumaça preta foi lançada para simbolizar o momento do clube.

“Resolvemos fazer um protesto criativo, diferente, em protesto contra esse time morto. Isso não vem de agora, vem de anos. Anos perdendo clássico, sendo motivo de chacota. Fizemos esse protesto contra a morbidez desse time do São Paulo”, afirmou André Azevedo, presidente da Dragões da Real.

Segundo o líder de torcida, a organizada não vai entrar no estádio neste domingo para a partida contra o Red Bull e incentiva “torcedores comuns” a fazer o mesmo, mas sem nenhum tipo de intimidação na porta do Morumbi, assegura.

“Essa diretoria está afundando o nosso São Paulo há dez anos. Cotia gerou R$ 200 milhões ano passado e ninguém sabe onde está o dinheiro. Eles embolsam tudo e para o time não fica nada. Eles tão matando o nosso clube”, comentou Anderson José, mecânico de ar-condicionado, 33 anos, que carregou um dos caixões no ato.

O protesto agradou alguns moradores do bairro do Morumbi, que tiram fotos e selfies da “marcha fúnebre” dos organizados. Segundo os organizadores, cerca de 500 pessoas participaram da encenação crítica.

“Ano passado abraçamos o time, mas agora temos que cruzar os braços e tomar vergonha na cara. Se não fizermos nada o São Paulo vai afundar ainda mais”, manifestou Danilo Zamboni, conselheiro da Independente.

“Jogador ganha R$ 300, 400 mil por mês e tem que perguntar pra ele quem ele quer que seria técnico? Não tem que perguntar nada, é muita mordomia. Acaba jogo e eles têm jantinha, tem tudo do bom e jogam de calça jeans. Tem que cobrar esses caras”, disse Henrique Gomes, presidente da Independente.

Mais cedo neste domingo, em uma rede social, a Independente discorreu sobre o ato realizado nas imediações do Morumbi:

“10 anos de Humilhação!!!! Se está bom para vocês, continuei (sic) com esse discurso que o problema era o treinador. Ou joga por amor ou joga por terror”.

Mesmo com uma campanha de cinco derrotas em 11 partidas, o São Paulo está classificado para as quartas de final do Campeonato Paulista, em que enfrentará o São Caetano. Mas o retrospecto inicial do ano interrompeu o trabalho de Dorival Júnior, que acumulou revezes nos três clássicos estaduais realizados na temporada – o último deles na última quinta-feira, diante do Palmeiras, na “gota d’água” para a demissão do treinador.

Neste domingo, a diretoria tricolor confirmou a contratação do uruguaio Diego Aguirre para o comando do time. Ex-jogador do São Paulo no começo dos anos 90, o estrangeiro chega para substituir Dorival Júnior e tentar melhorar o desempenho técnico da equipe.