GloboEsporte.com
Mateus Benato
Na derrota para o Atlético-PR, Tricolor começa novamente esperando o erro do adversário, e só entra no jogo quando passa a jogar com a bola.
Nos dois jogos contra o Corinthians, pela semifinal do Campeonato Paulista, Diego Aguirre optou por fazer o São Paulo jogar sem a bola: não recuado, mas bem postado atrás e pressionando na frente em busca do erro do adversário. Deu certo até os 47 minutos do segundo tempo do jogo de volta, lembra?
Depois de uma semana de treinos, o técnico uruguaio optou por começar do mesmo jeito o jogo de ida da quarta fase da Copa do Brasil, contra o Atlético-PR, na Arena da Baixada. Na derrota por 2 a 1, na quarta-feira, não deu certo. Ou melhor, só não foi pior porque o São Paulo mudou no segundo tempo, e passou a jogar com a bola.
Primeiro tempo e um pouco mais
Na arena atleticana, onde continua sem vencer em 19 anos, o São Paulo foi a campo com dois trios: um no meio (Jucilei, Petros e Liziero) e outro no ataque (Marcos Guilherme, Tréllez e Nenê).
Com o volante recém-subido da base indo e voltando entre esses dois blocos, a ideia era deixar a bola com o adversário e tentar roubá-la no campo de ataque – Liziero tinha feito bem essa função contra o Corinthians. Cueva, peça mais criativa que voltou a ser opção após servir à seleção peruana, ficou no banco.
O problema: em vez de provocar o erro do Furacão, foi o Tricolor quem deu brecha. Aos 23 minutos, Rodrigo Caio perdeu uma disputa de bola para Pablo na intermediária defensiva, o que provocou o primeiro gol rubro-negro – o zagueiro, enquanto estava na seleção brasileira, vinha sendo substituído por Bruno Alves.
A bola chegou a ficar 60% da etapa inicial com o adversário. Isso não é necessariamente ruim, caso a equipe consiga encaixar contra-ataques e criar chances de gol, como aconteceu contra o Corinthians, no Morumbi. Desta vez, não funcionou.
Aguirre insistiu na formação e no jeito de jogar até os 13 minutos do segundo tempo, quando tirou Marcos Guilherme e Petros e colocou Régis e Cueva. Mas, antes que algo novo pudesse acontecer, o Atlético-PR fez 2 a 0 aos 15, com Paulo André em falha de Reinaldo.
A última meia hora do segundo tempo
Aos 18, a diferença no placar voltou a ficar mínima com o gol de Tréllez, após lançamento de Liziero e cruzamento de Reinaldo. Depois desses dois gols em sequência, o São Paulo pôde enfim mostrar o outro estilo de jogo proposto por Aguirre.
Com a bola nos pés, principalmente nos de Cueva, o Tricolor passou a avançar com suas próprias criações. Houve mais opções e mais chances, embora o gol de empate não tenha saído.
Aguirre também colocou em prática algo que tinha treinado na segunda-feira: a formação com três zagueiros, num 3-4-3 com Militão, Arboleda e Rodrigo Caio na defesa. Assim, volantes e laterais (o estreante Régis fez a lateral direita) puderam ajudar mais e melhor meias (ou meia, Cueva) e atacantes.
E o São Paulo quase chegou ao empate. O destaque positivo foi a doação total de Nenê. O negativo, o desempenho 100% negativo de Militão nos cruzamentos. Em todo caso, pela primeira vez na ainda curta era Aguirre, a equipe tricolor propôs o jogo.
E agora?
Na entrevista coletiva pós-jogo, Aguirre disse sentir que o São Paulo vai melhorar. Pareceu Dorival Júnior, que prometia isso durante os quase nove meses em que foi o técnico tricolor. Agora, com menos de um mês no cargo, o comandante uruguaio tem a missão de transformar esse desejo em realidade. Porque o time precisa ganhar!
Acontece que o próximo desafio do São Paulo será novamente fora de casa: dia 12, na Argentina, contra o Rosario Central. De novo um mata-mata, o primeiro pela Copa Sul-Americana. Qual Tricolor Aguirre colocará em campo após mais uma semana de treinos?
Em seguida, serão duas partidas no Morumbi: no dia 16, contra o Paraná, pela primeira rodada do Campeonato Brasileiro, e no dia 19, contra o Atlético-PR, para decidir quem passa para as oitavas de final da Copa do Brasil – vitória por um gol de diferença levará aos pênaltis. Então, o Tricolor terá que propor o jogo desde o início.
Apelo à AUF – Asociación Uruguaya de Fútbol:
Pelo amor de Deus: Chamem o Diego Aguirre para ocupar o cargo de Auxiliar Técnico do Óscar Tavarez!
A nação tricolor agradece!
Mas chamem já!