Até junho ou dezembro? Veja por que Marcos Guilherme tem futuro incerto no São Paulo

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GloboEsporte.com

Marcelo Hazan e Nadja Mauad

Tricolor e Atlético-PR divergem nos bastidores sobre acerto por empréstimo. Atleta quer permanecer, mas não sabe o que acontecerá.

Um grande ponto de interrogação paira sobre o futuro de Marcos Guilherme no São Paulo. Isso porque Tricolor e Atlético-PR divergem na interpretação do acordo pelo empréstimo do atleta. Seu contrato está registrado até o fim de junho, embora ele tenha sido anunciado pelos paulistas como reforço até dezembro de 2018.

Não por acaso. Há um conflito de versões. Nos bastidores o São Paulo diz ter acordado verbalmente com o Atlético-PR a extensão do vínculo por mais seis meses a partir de junho e sustenta ter uma troca de e-mails na qual o Furacão está ciente da operação .

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O Atlético-PR, por sua vez, alega que vai cumprir o que está assinado no contrato: empréstimo até o dia 30 de junho. A intenção do Furacão é vender Marcos Guilherme, seja para o próprio São Paulo, via opção de compra, ou para um clube do exterior.

O acordo por Marcos Guilherme foi costurado entre os presidentes Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, e Mário Celso Petraglia. Os dois têm boa relação e mantêm contato, mas não houve um entendimento final.

Vaiado a todo instante quando pegava na bola no duelo entre os dois times, no último dia 4 de abril, na Arena da Baixada, pela Copa do Brasil, Marcos Guilherme não tem mais clima para jogar no Furacão.

Marcos Guilherme enfrentou o Furacão na Copa do Brasil (Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo)

Marcos Guilherme enfrentou o Furacão na Copa do Brasil (Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo)

Diante desse cenário, Marcos Guilherme e o próprio São Paulo não sabem o que vai acontecer. O atleta quer permanecer no Morumbi, mas está insatisfeito com a indefinição.

Além disso, ele perdeu espaço no time de Diego Aguirre. Marcos Guilherme foi cortado do banco de reservas no empate sem gols com o Rosario Central, quinta-feira, na Argentina, pela Copa Sul-Americana, e interrompeu a sequência de 43 partidas desde a estreia. Tudo isso deixa o jogador infeliz.

O Tricolor, por sua vez, espera uma resolução, mas não se mostra disposto a ceder a um eventual pedido de nova contrapartida do Atlético-PR para acertar a permanência até dezembro. Entre o fim de 2017 e o começo de 2018, o Furacão tentou pedir a inclusão de Hudson na operação, mas o São Paulo negou essa possibilidade.

O empresário de Marcos Guilherme, Pablo Miranda, espera uma definição.

– Foi uma surpresa essa situação. Achava que os clubes tinham um acordo até dezembro. Esperamos que o São Paulo e o Atlético-PR acertem essa situação o mais rápido possível. O Marcos só pode jogar seis jogos por um clube no Brasileiro. Não poderia perder o ano se os clubes não se acertarem. Esperamos que os clubes se resolvam – disse.

Em meio a esse cenário, o São Paulo está perto de confirmar a contratação de Everton, do Flamengo. Ele também joga pelos lados, mesmo setor de Marcos Guilherme.

Marcos Guilherme foi para a reserva e interrompeu série de jogos (Foto: Marcelo Hazan)

Marcos Guilherme foi para a reserva e interrompeu série de jogos (Foto: Marcelo Hazan)

A operação de empréstimo

Marcos Guilherme foi emprestado pelo Atlético-PR ao Dinamo Zagreb, da Croácia, no começo de 2017, por um ano e meio. Houve uma compensação financeira paga aos paranaenses pela transferência, mas o jogador ficou apenas seis meses no clube croata.

Interessado em Marcos Guilherme, o São Paulo entrou na jogada e queria o atleta até dezembro. Perto do fim da janela de transferências internacional, o Tricolor concordou em pagar ao Dinamo Zagreb o equivalente a cerca de dois terços do valor investido inicialmente como um ressarcimento para ter o reforço.

Mas por uma questão burocrática de fair play financeiro, o Dinamo Zagreb precisava registrar o recebimento desse dinheiro vindo do Atlético-PR, por meio de um sistema internacional de transferências.

Ou seja, mesmo que o São Paulo estivesse pagando o Dinamo “por fora”, a devolução do jogador para o Atlético-PR, dono dos direitos e que seria responsável por emprestá-lo novamente, constaria como gratuita no sistema. Isso não abateria no valor inicialmente investido nem contaria no fair play financeiro do clube.

Marcos Guilherme apresentado no Dínamo Zagreb, em janeiro de 2017 (Foto: divulgação)

Marcos Guilherme apresentado no Dínamo Zagreb, em janeiro de 2017 (Foto: divulgação)

Diante disso, o Tricolor consultou a CBF, com o conhecimento do Atlético-PR, para saber como poderia ser fechada a triangulação.

Os clubes receberam a recomendação para que o empréstimo de Marcos Guilherme ao Dinamo Zagreb fosse herdado pelo São Paulo até junho e, posteriormente, Tricolor e Furacão fizessem uma extensão contratual por mais seis meses. A sugestão foi acatada, sem a formalização do contrato até dezembro de 2018.

Há alguns meses, quando houve uma conversa entre os clubes para formalizar o combinado anteriormente, o São Paulo ouviu do Furacão que o clube paranaense cumpriria o que estava escrito no contrato: vínculo até 30 de junho.

Assim o futuro do atleta passou a ser incerto e a situação gerou mal-estar a Marcos Guilherme. A opção de compra herdada pelo São Paulo do Dinamo é de cerca de 3 milhões de euros (cerca de R$ 12,6 milhões) por 50% dos direitos econômicos, investimento que o Tricolor não sinaliza interesse em concretizar.

1 COMENTÁRIO

  1. Uma torcida que clama pela volta de um jogador decisivo como o Calleri, não pode ficar satisfeita com este jogador que só faz gol em jogos fáceis.
    Contra o maior rival ele se escondeu.

    Que ele volte pro ventinho do Paraná que é o lugar dele.