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Bruno Grossi
- Marcello Zambrana/AgifDaniel foi contratado em dezembro de 2014, mas foi apresentado só depois de oito meses
Há quatro anos, despontava no Botafogo uma promessa para o futebol no Brasil. O meia Daniel despertou interesse de outros clubes grandes do país após início impactante no Campeonato Brasileiro, incluindo três gols e uma assistência em goleada por 6 a 0 sobre o Criciúma. Pouco depois, uma lesão de ligamento no joelho direito o tirou dos gramados, mas não evitou que São Paulo e Palmeiras travassem clássico no mercado para contratá-lo. O Tricolor venceu a disputa, mas nunca conseguiu ver o armador, que agora negocia renovação do empréstimo com a Ponte Preta, engrenar.
No Botafogo, as boas atuações no começo da carreira profissional renderam comparações bem-humoradas com o astro argentino Lionel Messi. A brincadeira chegou ao São Paulo em 2015. O meia fora contratado em dezembro de 2014, só que entrou em forma para jogar apenas em setembro do ano seguinte. Ainda assim, causou boa impressão nos companheiros durante os treinamentos e, durante sua apresentação como reforço, às vésperas do que seria a estreia no Tricolor, viu o zagueiro Breno tornar o apelido de Daniel ‘Messi’ público.
Daniel jogou só duas vezes em 2015. Na temporada seguinte, até tinha o apreço do então técnico Edgardo Bauza e da torcida, mas aos poucos foi perdendo força. Foram mais 16 partidas disputadas até que, em 2017, o São Paulo aceitou liberá-lo por empréstimo – antes, já havia recusado ofertas de Sport e América-MG pelo armador. O destino foi o Coritiba, que ainda deve 70% do valor combinado com os paulistas pela transação e que foi mais um clube a não conseguir recuperar o jogador agora com 24 anos.
A passagem pelo Coxa foi marcada por somente seis jogos. Mesmo assim, a Ponte Preta resolveu arriscar e pediu o empréstimo do meio-campista ao São Paulo até o fim do Campeonato Paulista. Embora não tenha chegado perto do nível promissor do início da trajetória no Botafogo, Daniel ao menos conseguiu uma sequência de atuações. Já são dez partidas pela Macaca, sendo sete no Estadual e três na Copa do Brasil. A confiança demonstrada pelo time de Campinas e a oportunidade de recomeço, disputando a Série B do Brasileirão, atraem o meia para uma renovação do empréstimo.
Histórico de lesões
Daniel lesionou o joelho direito com gravidade em setembro de 2014, em jogo do Botafogo contra o Ceará pela Copa do Brasil. Palmeiras e São Paulo disputavam sua contratação, que seria feita de forma gratuita após o atleta sair do time carioca na Justiça. Os alviverdes estavam em vantagem nas tratativas, mas não gostaram do resultado dos exames médicos e abriram mão do negócio. O Tricolor, horas depois, decidiu arcar com os riscos e ficou com o meia.
A expectativa era que Daniel tivesse condições de jogar entre março e maio, quando a lesão completaria seis ou oito meses. Dias após a chegada do armador, no entanto, foi necessária uma nova cirurgia no joelho direito. O São Paulo, na época, alegou que o procedimento já estava previsto, algo rebatido pelo departamento médico do Botafogo, que também negou qualquer erro na recuperação do atleta. Um acidente doméstico, na verdade, havia prejudicado a evolução do tratamento no joelho.
Problemas musculares e uma demora para retomar a melhor forma física minaram a tentativa de Daniel de se reerguer na carreira. Enquanto esteve no São Paulo, havia o consenso de que apenas a chance de atuar com mais frequência poderia livrá-lo dessas dificuldades, por isso o empréstimo ao Coritiba foi comemorado no ano passado por todas as partes. Mas o pesadelo das lesões voltou a acometer o jogador, que sofreu com principalmente com uma tendinite no joelho operado.
O estafe de Daniel, então, decidiu pensar em um plano intensivo de recuperação, procurando tratamentos que pudessem auxiliar na luta do meia para voltar a jogar em um nível mais alto. Depois de começar o ano fora dos planos do São Paulo, a Ponte apareceu como interessada e o apresentou em 30 de janeiro. As dez partidas pela Macaca em pouco menos de dois meses já são consideradas uma vitória pelo atleta e seus empresários.
Havia até a expectativa de retornar ao Tricolor após o empréstimo que termina, teoricamente, com o Paulistão – a Ponte disputa o Troféu do Interior com o Mirassol até o dia 2 de abril. A volta estava sendo analisada pelo técnico Dorival Júnior, que procurava soluções para o setor de criação do time, mas passou a ser mais difícil com a troca de comando no clube. Diego Aguirre assumiu a equipe e voltou a usar Lucas Fernandes na função, por exemplo, e também deslocou Nenê para ser armador.