Do pênalti perdido à volta por cima: o que Liziero, novo titular do São Paulo, planeja para o futuro

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GloboEsporte.com

André Hernan,

Volante fala do início promissor no time principal, das inspirações e dos títulos que quer ganhar.

Liziero se destaca no time do São Paulo

Liziero se destaca no time do São Paulo

Com apenas 20 anos, Liziero é como qualquer outro jogador da sua idade, que pensa em jogar pela Seleção no futuro e se inspira em nomes como Falcão e Xavi. O volante do São Paulo, no entanto, carrega uma responsabilidade com a qual poucos garotos precisam lidar.

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Depois de perder o pênalti decisivo na semifinal do Campeonato Paulista contra o Corinthians, Liziero sentiu o baque. Uma semana depois, ele está mais tranquilo e confiante: o São Paulo inicia a disputa da quarta fase da Copa do Brasil nesta quarta-feira, em Curitiba, contra o Atlético-PR.

– Tomei como lição. Não foi bom pelo São Paulo ter sido eliminado, mas, na parte da carreira, de crescer, vai me ajudar muito. Depois, não consegui dormir, fiquei o dia inteiro acordado. Não dava nem sono, ficava só pensando…. Tenho certeza de que isso vai me ajudar muito lá na frente.

Em entrevista ao Globo Esporte SP, Liziero arriscou até alguns acordes no cavaquinho, instrumento que ele aprendeu a tocar sozinho, assistindo a vídeos na internet. Confira os principais tópicos da conversa:

Liziero toca cavaquinho na entrevista para André Hernan (Foto: GloboEsporte.com)

Liziero toca cavaquinho na entrevista para André Hernan (Foto: GloboEsporte.com)

GloboEsporte.com – O que aconteceu na sua vida desde a estreia contra o RB Brasil?
Liziero
– Aconteceu tudo muito rápido. Joguei a Copinha, ficamos uma semana no CT e já fomos para a Libertadores (Sub-20), no Uruguai. Quando voltamos, fiquei uma semana e meia em casa, mais ou menos. Estava vendo Palmeiras x São Paulo, e o Pássaro (Alexandre Pássaro, gerente de futebol) mandou uma mensagem para mim: “Vem treinar que o Reinaldo e o Edimar estão machucados”. Não pensei duas vezes, arrumei as coisas e fui para a Barra Funda. Fiz um treino na sexta, um no sábado e domingo estava estreando contra o RB.

O que mudou na sua vida depois de tudo que aconteceu?
– Tive mais reconhecimento por parte de mídia, que é uma novidade. Os amigos falam “te vi na TV”, e isso para mim também é novidade. Vou no shopping, e algumas pessoas me reconhecem, isso é muito diferente. É estranho, a pessoa vem tirar foto e fico meio sem jeito, mas vamos ver se acostumo, não tem jeito.

Como é o papo com um treinador novo e estrangeiro?
– Quando fui ser titular contra o São Caetano, o Aguirre me chamou de canto e perguntou se eu queria jogar. Eu falei que queria. Ele me falou para ir tranquilo: “O que você faz na base, faz no profissional. Tem erro que é normal, mas sempre dá o sangue, corre bastante que vai dar certo”.

Xavi, supercampeão pelo Barcelona, é espelho para Liziero (Foto: AP )

Xavi, supercampeão pelo Barcelona, é espelho para Liziero (Foto: AP )

Em quem você se inspira?
– Sempre joguei futsal, desde os sete anos. O primeiro ídolo que tive no futebol foi o Falcão, por causa do futsal. Fazia as coisas que ele fazia, todo mundo queria ser igual. Quando comecei a ir para o campo, um jogador que via bastante, falava que era diferente, era o Xavi (na época, no Barcelona). Pelo jeito que ele jogava, a inteligência que ele tinha de posicionamento, não errava passe. Ele, Iniesta, jogadores assim eram os que eu mais gostava de ver.

– Vejo na internet jogos do Xavi de 2011, porque é um espelho. Ele fazia coisas em campo que um meio-campo tem que fazer. Fazia com elegância e classe, que é difícil ter, e sem errar nada.

Como foi o momento do pênalti contra o Corinthians? E depois?
– Assumi a responsabilidade num jogo importante. Acho que bati sério, firme, forte, e o Cássio foi bem. Depois que ele pegou, eu senti muito, porque você vem numa crescente rápida e já toma esse baque. Jucilei, Sidão, Petros, na hora em que errei, todo mundo foi em cima de mim, não teve um que não me ajudou. Claro que eu queria ter feito, mas aprendi, tenho que aprender com isso. É uma coisa que aconteceu e tem que tomar de lição.

Como é a sua identificação com o São Paulo?
– No primeiro jogo contra o Corinthians (vitória por 1 a 0, no Morumbi), quando saí com cãibra, ouvi a torcida gritando meu nome… Na hora, nem tinha percebido, depois passou um filme. Desde os 12 anos no São Paulo, trabalhando para estar um dia aqui e ter um reconhecimento em um clássico, a torcida gritando meu nome, isso motiva muito para treinar mais, trabalhar mais e ser campeão neste clube.