Tricolor tem início de temporada turbulento, mas chegada de Diego Aguirre e mudança de postura dentro de campo dá esperanças de dias melhores para os torcedores
Os primeiros meses do São Paulo tiveram mais baixos do que altos. Mesmo com dificuldades na fase de grupos do Paulistão e com derrotas em todos os clássicos da etapa de classificação, o time chegou ao mata-mata. Nas quartas, em jogos parelhos, conseguiu eliminar o São Caetano. Nas semis, o Tricolor estava com a vaga para a decisão em mãos até os 47 minutos do segundo tempo do duelo de volta, quando o Corinthians empatou a partida com gol de Rodriguinho. Nos pênaltis, o São Paulo ficou no quase.
Nas outras duas competições que disputa (Copa do Brasil e Copa Sul-Americana), o Tricolor não vive situações cômodas. No torneio nacional, a equipe de Diego Aguirre, briga por uma vaga nas oitavas de final contra o Atlético-PR. Na ida, o Furacão venceu, por 2 a 1, e joga por um empate para despachar os são-paulinos.
Na Sul-Americana, o panorama é um pouco melhor. Afinal, o São Paulo arrancou um empate sem gols diante do Rosario Central, na Argentina, e joga por qualquer vitória no Morumbi para avançar de fase.
Em meio a conturbada temporada, o elenco tricolor ainda lidou com a mudança do comando. No início de março, depois de perder para o Palmeiras, por 2 a 0, no Allianz Parque, Dorival Júnior foi mandado embora e o uruguaio Diego Aguirre assumiu a equipe. O novo treinador ainda está implantando seu sistema de trabalho e, ao que tudo indica, os jogadores estão aceitando bem as novas ideias.
Embora o São Paulo ainda não tenha empolgado seus torcedores na temporada, o time, aos poucos, volta a ser competitivo. O Tricolor vendeu caro as derrotas para Corinthians, na semifinal do Paulistão, e Atlético-PR, pela Copa do Brasil, e teve atuação elogiável contra o Rosario Central. A diretoria sabe que Aguirre precisa de tempo para fazer com que o time dê a resposta necessária. A postura, no entanto, já é outra.
Tricampeão (2006, 2007 e 2008) e clube com melhor aproveitamento (55,2%) desde a implantação dos pontos corridos no Campeonato Brasileiro, o São Paulo reconhece que, neste momento, não é um dos candidatos ao título. A equipe, porém, promete não deixar de honrar a camisa e fazer uma campanha digna da história do Tricolor. A estreia acontece no Morumbi, na próxima segunda (16), diante do Paraná.
O que fez em 2018:
Aproveitamento: 54,54% (22J, 11V, 3E e 8D)
Paulistão: eliminado nas semifinais para o Corinthians
Copa Sul-Americana: disputa a primeira fase contra o Rosario Central-ARG
Copa do Brasil: disputa a quarta fase contra o Atlético-PR
Opinião
“As turbulências dos anos recentes e a troca de técnico nesta temporada dificultam a projeção do São Paulo para o Brasileirão. Os jogos contra o Corinthians, nas semifinais do Paulista, venderam uma perspectiva melhor. Com Aguirre, o time parece dar sinais de que pode se encorpar e ser mais competitivo. Fazer uma boa campanha, com vaga na Libertadores, já será bastante satisfatório, recolocando o clube em patamar mais digno do seu tamanho. Especialmente se, paralelamente, conseguir avançar em Copa do Brasil e/ou Sul-Americana, quem sabe abocanhando um dos títulos.
Como esteve mergulhado nos últimos anos em seguidas crises políticas e trocas constantes de técnicos, há que sempre se ter uma ‘pulga atrás da orelha’. Raí, executivo de futebol do clube, tem boas ideias e princípios. É possível enxergar um rumo a partir deste Brasileirão, com alguma constância no comando e resultados mais expressivos O time tem uma boa ‘espinha dorsal’ e jovens que podem dar bons frutos ao clube, como Liziero e Lucas Fernandes. A questão é adquirir padrão e não passar os sustos do ano passado, quando correu risco efetivo de um inédito rebaixamento. Mais uma vez o são-paulino, tão acostumado a glórias em um passado não tão distante, tenta acreditar em um novo tempo”.
Valdomiro Neto, editor do Lance!