Drama e Morumbi lotado: relembre vitória épica sobre o Rosario

325

GazetaEsportiva.net

São Paulo e Rosario Central-ARG decidem nesta quarta-feira, a partir das 21h45 (de Brasília), no Morumbi, uma vaga na segunda fase da Copa Sul-Americana. Apesar de ser válido por um torneio de menor importância, o encontro remete o torcedor são-paulino a um épico duelo entre as equipes, disputado há quase 14 anos, em 12 de maio de 2004.

Naquela fria noite de quarta-feira, os cerca de 60 mil torcedores que lotaram o Morumbi sofreram para ver o São Paulo bater os argentinos nos pênaltis e avançar às quartas de final da Copa Libertadores.

Publicidade

À época treinado por Cuca, o Tricolor havia se classificado às oitavas como a segunda melhor campanha da fase de grupos, com 15 pontos, um a menos que o Santos. O Rosario, por sua vez, avançou como o quarto melhor time entre os segundos colocados.

No primeiro duelo, disputado no estádio Gigante de Arroyito, em Rosário, os anfitriões aproveitaram a expulsão de Fábio Simplício e venceram por 1 a 0. Sendo assim, a agremiação brasileira precisaria de um triunfo por dois gols de diferença no duelo de volta para seguir viva na competição.

Luis Fabiano perdeu pênalti ainda no primeiro tempo (Foto: Djalma Vassão/Gazeta Press)

O São Paulo se viu em situação ainda mais delicada no confronto logo aos seis minutos do jogo da volta. Após uma saída de bola mal executada, o atacante Herrera, ex-Corinthians e Botafogo, ampliou a vantagem para o Rosario. Para piorar, Luis Fabiano ainda desperdiçou um pênalti, aumentando a apreensão no Morumbi.

Aí o atacante Grafite, que havia entrado na parte final do primeiro tempo, chamou a responsabilidade para si e incendiou o estádio ao marcar, de cabeça, o gol de empate nos acréscimos. Cuca, aproveitando o clima festivo, manteve os seus jogadores no gramado e o vestiário do time mandante vazio durante o intervalo.

O São Paulo voltou pressionando e virou o placar aos 31 minutos da etapa final, quando Grafite brigou com o goleiro e o zagueiro para marcar gol chorado após rebote do chute de Luis Fabiano.

Grafite substituiu o volante Alexandre para mudar a história da partida contra o Rosario (Foto: Djalma Vassão/Gazeta Press)

Nos pênaltis, o ex-lateral direito Cicinho desperdiçou a primeira cobrança do São Paulo. As equipes converteram as seguintes, e o goleiro Gaona teve a classificação do Rosario em seus pés. Com um sorrido irônico estampado no rosto, o argentino bateu mascado e viu Rogério Ceni encaixar a bola.

Nas alternadas, Gabriel deixou o Tricolor na frente, e Ceni efetuou nova defesa para decretar a dramática classificação são-paulina e a festa no Morumbi.

Após o duelo, Fabão concedeu entrevista em campo bastante emocionado. “Parece que o gol fica menor. Tem que ter o máximo de concentração nessa hora. Vi o esforço que fizemos para ganhar esse jogo. O time está de parabéns”, celebrou o ex-zagueiro.

Provocado por goleiro rival, Ceni foi decisivo nas penalidades máximas (Foto: Djalma Vassão/Gazeta Press)

Já Luis Fabiano, que havia desperdiçado um pênalti no tempo normal, revelou um conselho do treinador antes das cobranças decisivas. “O Cuca falou que, jogando contra a Portuguesa, bateu um pênalti e o goleiro pegou. Depois saiu outro, ele mudou o canto e o goleiro pegou de novo. Aí ele falou: ‘Bate no mesmo canto que você vai fazer’. Foi o que fiz”, contou.

Após eliminar o Deportivo Táchira, da Venezuela, nas quartas, o São Paulo caiu nas semifinais para o colombiano Once Caldas, que se sagraria campeão da Libertadores de 2004 ao bater o Boca Juniors na decisão.

Para o artilheiro daquela memorável partida, contudo, a vitória sobre os argentinos foi importante para o futuro do clube do Morumbi. “O jogo contra o Rosario resgatou o espírito de decisão do São Paulo, de luta, assim como em 1992 e 1993. Ganhamos força para o restante da temporada e, depois, para conquistar os títulos de 2005”, relembrou Grafite, em entrevista ao site oficial do Tricolor.

O duelo desta quarta-feira, válido pela Sul-Americana, será o sétimo entre as equipes na história. O equilíbrio marca o histórico do confronto, com duas vitórias para cada lado e dois empates.

Como o jogo de ida terminou sem gols, o vencedor avançará na competição. Um novo 0 a 0 levará a decisão para os pênaltis. Um empate com bola na rede, contudo, dará a classificação aos argentinos.

Veja abaixo a ficha técnica do duelo de 2004, pela Libertadores:

FICHA TÉCNICA
SÃO PAULO 2 (5) X 1 (4) ROSARIO CENTRAL

Local: Estádio do Morumbi, em São Paulo (SP)
Data: 12 de maio de 2004, quarta-feira
Horário: 21h45 (de Brasília)
Árbitro: Jorge Larrionda (URU)
Público: 59.413 torcedores
Renda: R$ 743.746,00
Cartão Amarelo: Luis Fabiano e Rodrigo (São Paulo); Acuña, Herrera e Gustavo Schelotto (Rosario Central)
Gols:
SÃO PAULO: Grafite, aos 46 minutos do primeiro tempo, e aos 31 minutos do segundo tempo
ROSARIO CENTRAL: Herrera, aos seis minutos do primeiro tempo

SÃO PAULO: Rogério Ceni; Cicinho, Fabão, Rodrigo e Gustavo Nery; Alexandre (Grafite), Ramalho, Marquinhos (Gabriel) e Danilo; Válber (Souza) e Luis Fabiano
Técnico: Cuca

ROSARIO CENTRAL: Gaona; Ferrari, Raldes, Talamonti e Papa; Messera (Moreira), Acuña, Gustavo Schelotto (Carbonari) e Irace; Belloso (Gonzalez) e Herrera
Técnico: Miguel Russo

Veja abaixo o histórico detalhado de São Paulo x Rosario Central:

30/12/1945: Amistoso – Pacaembu – São Paulo 2 x 2 Rosario Central
23/08/2000: Copa Mercosul – Morumbi – São Paulo 1 x 0 Rosario Central
21/09/2000: Copa Mercosul – Gigante de Arroyito – Rosario Central 2 x 1 São Paulo
06/05/2004: Copa Libertadores – Gigante de Arroyito – Rosario Central 1 x 0 São Paulo
12/05/2004: Copa Libertadores – Morumbi – São Paulo 2 x 1 Rosario Central
12/04/2018: Copa Sul-Americana – Gigante de Arroyto – Rosario Central 0 x 0 São Paulo