Joinha e nova dança: Reinaldo fala sobre voltar a ser líder no São Paulo

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Único remanescente em campo da última vez que o time liderou o Brasileiro, em junho de 2015, lateral avisa que, contra o Botafogo, nesta quarta, já tem comemoração ensaiada

Reinaldo é o único que estará em campo nesta quarta-feira que esteve no jogo da última vez do time como líder do Brasileiro

Reinaldo é o único nesta quarta que estava na última vez do time líder do Brasileiro (Érico Leonan/saopaulofc.net)

Se derrotar o Botafogo, às 21h desta quarta-feira, no Morumbi, e Flamengo, Fluminense e Atlético-MG não vencerem, o São Paulo terminará a oitava rodada do Campeonato Brasileiro na liderança, posto que o clube não ocupa desde junho de 2015. De lá para cá, Reinaldo é o única remanescente que estará em campo. E o extrovertido lateral já avisa que distribui seus característicos “joinhas” para o “maravilhoso grupo” que o Tricolor montou.

– Com certeza, o São Paulo de hoje merece todos os joias dos torcedores. Todos que estão acompanhando o São Paulo têm de dar um joinha porque o São Paulo está muito bem, concentrado e focado no que quer no Brasileiro – disse o camisa 14 ao LANCE!

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Reinaldo conversou com a reportagem sobre o jogo desta quarta-feira e lembrou da vitória por 1 a 0 sobre a Chapecoense, em 13 de junho de 2015, que colocou o clube pela última vez em primeiro lugar no Brasileiro – Hudson também estava em campo naquela partida, mas cumpre suspensão nesta noite. E o lateral avisou que ele, Nenê, Everton e Diego Souza já até preparam uma nova dancinha caso um deles balance as redes do Botafogo.

Confira como foi a entrevista:

Esse quarteto que você tem formado com Nenê, Everton e Diego Souza tem nome?
Não (risos). Estamos sempre brincando nas concentrações, tomando aquele cafezinho. Nós quatro sempre ficamos na resenha, mas os meninos ficam também. A gente combina de fazer comemorações, e pode ver que quase o time inteiro foi fazer a comemoração no domingo, porque fazemos na hora da janta, do café… Todos veem. Não somos só nós quatro, é o time inteiro. E isso é muito importante para nós.

Mas quem é o coreógrafo das comemorações?
Eu, Nenê, Everton, Diego… O Diego fica fazendo umas comemorações. Se Deus quiser, vamos ver se neste jogo sai a comemoração do Diego.

Já tem uma comemoração em mente?
Eu acho que ele já tem. Ele estava falando que faria uma e nos ensinaria na concentração. Vamos ver.

Então não precisa de muito tempo de ensaio?
Não. É fácil. É bem rapidinho. Não costuma ter coisa complicada, não. É coisa de três, cinco segundos já está bom.

Vocês quatro nunca tinham jogado juntos. De onde veio essa parceria?
Só tínhamos jogado contra mesmo. Mas essa amizade vem do dia a dia, na janta, no almoço, no café. Isso é muito importante. Independentemente de ter jogado junto ou não em outro clube, quando se está aqui são todos São Paulo. É muito importante ter essa afinidade. Graças a Deus, é um grupo maravilhoso, com todos unidos em um só objetivo e um brincando com o outro, sempre respeitando e dando risada, nos ajudando para não deixar outro triste. A gente fica concentrado, muito longe da família, precisamos ter alguma diversão, conversando ou fazendo comemorações.

E esse joinha que você sempre faz, surgiu quando?
Surgiu lá na Chape. Tinha que fazer a comemoração de um gol (para aparecer na TV), falei que faria uma diferente, que ninguém nunca tinha visto. Fiz essa do nada e pegou, virou meme no Instagram. Ficou até hoje. Vim para o São Paulo e fiz também, aí já comemoramos contra o América-MG.

Mas na Chapecoense já tinha o pulo antes do joinha?
Sim. Eu dava um pulinho e fazia um joinha.

Algum torcedor já te abordou pedindo o joinha?
Já. Até em Minas, agora, o torcedor pediu para tirar uma foto fazendo o joinha, não o pulinho, só o joinha. Quando o torcedor pede para tirar foto no aeroporto, sempre faço, e os meninos fazem também. Pedem já falando ‘faz aquele joinha lá junto comigo’. Fica sempre muito legal.
A última vez que o São Paulo foi líder no Brasileiro ocorreu em 13 de junho de 2015, quando venceu a Chapecoense por 1 a 0, em Santa Catarina…
Eu lembro desse jogo. Até saí machucado.

Quando se fala de você e do São Paulo em 2015, logo se lembra da torcida pegando no seu pé e dos problemas políticos que geraram até a renúncia do presidente Carlos Miguel Aidar e, mesmo assim, chegou à liderança e terminou o Brasileiro no G4. Esse time de agora está mais pronto para pegar a liderança e não soltar mais?
Não sei se está mais pronto, mas a equipe está bastante focada no nosso objetivo. Tenho certeza de que, daqui para frente, a tendência é só melhorar, dentro e fora de campo, no dia a dia, nos treinos, para, quando tiver o jogo, dar o nosso melhor, focados, concentrados, mantendo a intensidade que a equipe vem tendo, com um ajudando o outro em campo. Esse é o nosso lema: um ajudando o outro, um perto do outro. Se isso acontecer, vai ser difícil a gente perder. Com certeza, com essa concentração e foco, tanto lá atrás na defesa quanto fazendo gol no ataque, a equipe só vai crescer para brigar lá em cima na tabela.

E qual é a sensação de ser líder do Brasileiro, algo que você e o São Paulo não sentem há quase três anos?
É muito boa. Aquela sensação de olhar a tabela e não ver ninguém na nossa frente. Espero que isso aconteça na próxima rodada. vamos trabalhar para isso, mas sempre respeitando o nosso adversário. Só que, dentro de casa, temos de nos impor, botar nosso ritmo e intensidade em campo para sair com o resultado positivo e dar alegria para os nossos torcedores.

Vocês tinham essa expectativa de já ser líder na oitava rodada?
Temos trabalhado jogo a jogo. O mais importante no Brasileiro é não perder. Empatar fora de casa é um bom resultado e, dentro de casa, precisamos ganhar. Empatamos em casa diante do Atlético-MG e fomos buscar fora contra o América-MG. Esse é o nosso foco: não perder, porque no Campeonato Brasileiro você precisa sempre somar ponto para sempre brigar lá em cima da tabela.

E qual é o segredo para ter a maior invencibilidade das Séries A, B e C do Brasileiro?
O segredo é sempre estar concentrado no que quer dentro do jogo, não dando brecha para o adversário, que sempre tem qualidade. O Campeonato Brasileiro é muito difícil, todo jogo é difícil, sendo clássico ou não. É isso que está na nossa cabeça sempre, sempre encarando os jogos como uma final. Tanto quem fica no banco quanto os titulares, o elenco todo está focado em ajudar o São Paulo e o companheiro a não sair derrotado da partida. É isso que está acontecendo e está dando certo. Que continue assim por muito tempo.

Mas essa mentalidade vem mais do técnico Diego Aguirre ou do elenco mesmo? Os jogadores estão terminando os jogos com cãibras…
São os dois. Tanto o professor Aguirre, que passa taticamente e incentiva na preleção, como nós, na última rodinha para fechar antes do jogo, com todos falando em estar concentrado, se ajudando e jogando um perto do outro. Isso é muito importante. Já vem desde o Aguirre, dos treinamentos, da preleção e dos jogadores. No último jogo, uma palavra que predominou no vestiário foi de estar sempre focado no objetivo para vencer, sabendo que o América-MG não tinha perdido em casa ainda, tínhamos de nos impor. Essa mentalidade de vencer ficou na cabeça de todos, todos falando “é vitória, é vitória”, mesmo tomando o empate, pensamos que conseguiríamos o resultado positivo.

Como é para você, depois de ser líder em 2015 com o peso de torcedores pegando no seu pé, poder voltar a ser líder agora quase como uma unanimidade?
Em 2015, eu não estava muito bem. Essa é a realidade. Eu não demonstrava o futebol que demonstrei nos dois anos seguintes. Voltei ao São Paulo agora focado, mais maduro, com a cabeça tranquila para ajudar. Naquela época, brigamos até o último jogo do campeonato pelo G4. Naquela época, o Corinthians estava muito bem e estávamos em um processo de reconstrução, porque saíram vários jogadores e um monte de coisa envolvida. Agora, sabemos que tem um foco aqui, a equipe toda está vidrada em ajudar o São Paulo a ganhar um título neste ano. Vamos buscar a cada jogo, no dia a dia, trabalhando firme, com os pezinhos no chão, um ajudando o outro. Com certeza, com todos focados em um só objetivo, é o caminho para deixar o São Paulo no topo. Todos estamos concentrados em fazer isso, então vamos brigar lá em cima até o fim.

O que vocês sabem do Botafogo?
É uma equipe bem montada, com um treinador da nova geração, muito inteligente taticamente. Sabemos que será um jogo difícil. Temos de encarar todos os jogos como uma final. Em casa, com o apoio do nosso torcedor, com certeza vamos conseguir os três pontos.

Ficarão de olho nos jogos de Flamengo, Fluminense e Atlético-MG, que não podem vencer para o São Paulo ser líder?
Não. O nosso objetivo é fazer a nossa parte em casa em vez de secar os adversários. Queremos a vitória, até porque é obrigação no São Paulo ganhar em casa para estar sempre lá em cima da tabela. Fazendo isso, focados, concentrados, conseguiremos os três pontos. Independentemente do resultado dos adversários, o mais importante é vencer e se manter lá em cima.

FONTE: LANCE