Bruno Grossi – UOL, em São Paulo (SP)
Marcello Zambrana/AGIF
Aguirre tem a intensidade como um de seus princípios de trabalho
Que o técnico Diego Aguirre quer o São Paulo “à moda uruguaia” – mais “raçudo” e competitivo – não é nenhuma novidade. Mas o que o treinador de 52 anos faz para que seu time ganhe essas características? A resposta está no formato dos treinos e na motivação dos jogadores, mas também passa por encurtar o elenco e deixar disputas abertas para que ninguém se acomode.
Na redução do grupo, alguns atletas pouco utilizados podem ser emprestados. O garoto Paulo Henrique, por exemplo, já foi levado para o time sub-23 do Tricolor. Júnior Tavares foi ao Rennes, da França, para passar por período de observação. Nos treinamentos, há o incentivo pela competição entre os jogadores, com atividades de campo reduzido, com mais dinâmica e contato do que se via com Dorival Júnior.
O time era considerado frio demais, com dificuldades para entender diferentes cenários de um jogo. Havia superioridade na posse de bola, mas pouca agressividade. Aguirre tenta mudar isso justamente com uma competitividade interna maior. E isso passa pelo rodízio de atletas quando há muitos jogos em sequência, com intervalos curtos entre eles, e até por certo mistério para definir a escalação.
Contra o Ceará, na segunda rodada do Campeonato Brasileiro, a base do time estava definida, mas restavam ainda dúvidas sobre os titulares. Aguirre pediu que todos estivessem concentrados e prontos para jogar. A formação foi anunciada somente no dia da partida até para o elenco.
Não é uma regra, já que Aguirre demonstra claramente o que pensa para cada duelo ao longo dos treinamentos, mas é um recurso do técnico. Contra o Fluminense, algo semelhante aconteceu. Uma equipe trabalhou durante a semana, mas com o uruguaio deixando opções prontas para eventuais mudanças de plano para o confronto no Maracanã.