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O São Paulo tem por padrão não divulgar prazo ou mesmo estimativa de tempo de recuperação de seus atletas lesionados. Nesta quinta-feira não foi diferente. O clube soltou um comunicado para revelar que Rodrigo Caio terá de passar por uma cirurgia no pé esquerdo, mas omitiu a informação que talvez mais interesse ao seu torcedor.
A Gazeta Esportiva, então, procurou especialistas na tentativa de dimensionar o tamanho do problema, inclusive junto a médicos do próprio Hcor, onde o zagueiro fará o procedimento operatório nessa sexta, além de fisioterapeutas que trabalham com futebol. Os profissionais ouvidos pela reportagem preferem manter a condição de anonimato com o intuito de evitar algum tipo de desgaste com o departamento médico tricolor.
A conclusão é de que Rodrigo Caio pode ficar até três meses afastado dos gramados. Tudo vai depender da técnica que será utilizada na cirurgia de correção de instabilidade ligamentar. Aliás, instabilidade ligamentar significa que o atleta rompeu ou, no mínimo, sofreu uma frouxidão de seu ligamento.
Caso os médicos optem pelo procedimento “clássico”, chamado de Broström-Gould, a recuperação necessitará de aproximadamente seis semanas de tratamento sem qualquer tipo de carga, para em seguida o trabalho de fortalecimento começar, antes das primeiras corridas no campo, já na fase de transição.
Há uma alternativa, menos provável, que seria uma espécie de reconstrução com tendão sob auxílio da Internal Brace. Dessa forma, o jogador de 24 anos poderia usar carga de maneira moderada desde o início da recuperação, o que encurtaria o período de afastamento em cerca de um mês, dando a Rodrigo Caio a chance de voltar aos jogos 60 dias após ser operado.
Esse tipo de lesão, normalmente, acontece em função de uma sucessão de entorses. Mesmo que o ligamento não se fragmente, é necessário um reforço no local para que essa instabilidade seja sanada.
A decisão de levar Rodrigo Caio à mesa de cirurgia foi tomada após o departamento médico do São Paulo consultar especialistas na área de tornozelo e pé. O chefe do DM tricolor, Dr. José Sanchez, preferiu buscar auxílio específico depois de perceber que nem mesmo a fisioterapia em dois períodos diários estava sendo suficiente para livrar o beque das dores e limitações dos movimentos.
É importante lembrar que todo prazo para recuperação de atleta lesionado é sempre arredondado em cima de uma estimativa, nunca há uma data previamente marcada para os tais retornos ao time.
Se realmente Rodrigo Caio ficar afastado por três meses exatos, o defensor só voltaria à equipe dia 19 de agosto, na 19ª rodada do Campeonato Brasileiro, contra a Chapecoense, no Morumbi.
Partindo da data da lesão, na segunda rodada do nacional por pontos corridos, diante do Ceará, na Arena Castelão, em Fortaleza, seriam 19 jogos de fora ao todo, sendo 17 pelo Brasileirão e dois pela segunda fase da Copa Sul-Americana, que está marcada para acontecer entre 15 de julho e 18 de agosto.
Além de não jogar o clássico com o Santos, nesse domingo, no Morumbi, o camisa 3 também perderia o Choque-Rei com o Palmeiras, no Allianz Parque, dia 2 de junho, pela 9ª rodada, e o Majestoso com o Corinthians, de novo na casa são-paulina, dia 22 de julho, pela 14ª rodada.
Esse estrago só não será maior em função da pausa para a Copa do Mundo. O Mundial começa dia 14 de junho e tem sua final agendada para 15 de julho. O São Paulo disputa seu último desafio antes da paralisação no dia 12 de junho, e depois volta a disputar uma partida dia 18 de julho.
Também pode acontecer de Rodrigo Caio não vestir mais a camisa do São Paulo. Nesse meio tempo, as janelas de transferências das principais ligas do mundo estarão abertas, e o zagueiro já deixou claro que pretende sair. O vínculo do atleta com o clube vai até 2021, mas a diretoria tricolor também entende que há um desgaste natural da relação depois de oito temporadas seguidas sem tantas glórias coletivas alcançadas. As partes aguardam apenas que as propostas cheguem. A última oferta, inclusive, veio dos espanhóis da Real Sociedad e acabou recusada por Rodrigo Caio.