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Há dois meses, João Fernando Rossi, presidente da LNB – Liga Nacional de Basquete – ligou para Leco, presidente do São Paulo. Os dois são sócios do Pinheiros. ”Soube que ele queria investir em vôlei feminino e falei que gostaria que o São Paulo tivesse um time participando do NBB”. Foi convidado para uma reunião.
Rossi demonstrou as possibilidades comerciais do NBB, mostrou a exposição que o esporte recebe na televisão e acha que o recado foi bem dado. Uma percepção correta. ”Eles demonstraram interesse no São Paulo e nós também ficamos impressionados e interessados. Estamos estudando”, diz Rodrigo Gaspar, diretor executivo do clube.
Um dos argumentos de Rossi foi que, no mundo todo, os grandes clubes de futebol têm grandes equipes de basquete também. Citou Barcelona e Real Madrid e lembrou que Vasco, Botafogo e Flamengo estão no NBB. O Corinthians está disputando a Liga Ouro, a segunda divisão, e tem muitas possibilidades de chegar na elite no próximo ano.
A LNB é responsável por três campeonatos. O NBB, que terá Paulistano e Mogi decidindo o título, a Liga Ouro e a Liga de Desenvolvimento, um campeonato para jogadores até 23 anos. Tem ainda um quarto ”produto”, que é o Jogo das Estrelas, realizado nos últimos anos no Ibirapuera. São dois dias de competições de enterradas, campeonato de três pontos, de habilidade e um jogo entre estrangeiros e brasileiros, escolhidos por votação popular. Direcionado para a televisão, é um sucesso, sempre com o ginásio lotado.
Se aceitar o convite, o São Paulo disputaria a Liga Ouro. ”O NBB é um campeonato com acesso e descenso e não podemos aceitar que alguém vá diretamente para o campeonato principal”, diz Rossi. A Liga Ouro é o caminho natural e foi seguido por todos os times ”futebolísticos”. O Palmeiras, que já esteve no NBB, disputará a Liga de Desenvolvimento em 2019.
O investimento médio de um clube que sonha com o acesso é em torno de R$ 120 mil mensais. O atacante Thomaz, que o São Paulo cedeu ao Paysandu, recebia R$ 80 mil por mês. ”Nosso interesse é ter um time do São Paulo e não parcerias com prefeituras do interior”, diz Rodrigo Gaspar.