Análise: São Paulo de Aguirre, que já era aguerrido, está se tornando confiável

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GloboEsporte.com

Mateus Benato

Com vitória sobre o Flamengo, no Maracanã, Tricolor dá indícios de que pode atingir outro patamar.

Já se sabe que o São Paulo de Diego Aguirre é um time aguerrido desde antes da Copa do Mundo. Muito além do trocadilho, o técnico uruguaio transformou o jeito de jogar da equipe em pouco tempo. Agora, com a vitória por 1 a 0 sobre o Flamengo na noite de quarta-feira, no Maracanã, o Tricolor aproximou-se de outro patamar: tornar-se confiável.

Ainda não é, mas dá indícios de que, após 13 rodadas do Campeonato Brasileiro, pode vir a ser. O placar foi magro, mas com atuação consistente, ainda mais contra o líder da competição, fora de casa, num estádio lotado. No sábado, contra o Corinthians, o São Paulo pode assumir a ponta da classificação – o Flamengo, com um ponto de frente, pega o Botafogo no mesmo dia.

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Defesa que se impõe

Anderson Martins e Arboleda tiveram atuações quase perfeitas no Maracanã. Após um primeiro tempo de destaque, em cima de Guerrero, Anderson deixou duas bolas passarem no segundo, e só. Não fez nenhuma falta, apesar da pressão adversária principalmente no início e no fim do jogo. Militão e Reinaldo, além de Hudson, também ajudaram bastante.

“Ah, mas o time recuou no fim e poderia ter tomado o empate…” Claro que sim. Relembrando: enfrentou o ainda líder do Brasileirão, fora de casa, no Maracanã lotado. Impossível não sofrer. Lembra que na terceira rodada, no mesmo estádio, o São Paulo tomou o empate do Fluminense no fim? Na quarta, segurou o resultado. Trabalho e sorte.

Ataque que incomoda

O discurso dos jogadores do Flamengo, de que o São Paulo jogou por uma bola no Maracanã, não correspondeu à realidade. Ao todo, foram 19 finalizações do mandante contra 14 do visitante. Em chances reais de gol, a diferença foi ainda menor: 6 a 5. No primeiro tempo, apesar de uma cabeçada na trave de Paquetá, as melhores oportunidades foram do Tricolor.

Nenê foi o menos inspirado, e Diego Souza mostrou raça. O gol decisivo foi de Everton, o 17º com participação desse trio em 19 marcados no Brasileirão. Mas quem se destacou foi o estreante Joao Rojas, autor da assistência, que deu opções ofensivas com velocidade e dribles. Além disso, todos eles voltaram para compor a defesa, atitude elogiada por Aguirre.

Visitante que sofre menos

Em 13 rodadas deste Brasileirão, o São Paulo fez mais jogos fora de casa (sete) do que como mandante (seis). Contra o Flamengo, conquistou a terceira vitória como visitante, igualando o número de empates – a única derrota na competição foi na arena do Palmenras. O Tricolor agora é o melhor nesse recorte, com 12 pontos ganhos longe do Morumbi.

No estádio tricolor, Aguirre costuma soltar mais o time, que vinha jogando no embalo de Nenê, Diego Souza e Everton. No Maracanã, o São Paulo apresentou um equilíbrio, uma capacidade de esfriar o jogo, que, mesmo sob o comando do uruguaio, não era comum. Contra o Corinthians, mesmo no Morumbi, isso pode ser importante por se tratar de um clássico.

Diego Aguirre vibra com o apito final no Maracanã (Foto: Alexandre Durão)

Diego Aguirre vibra com o apito final no Maracanã (Foto: Alexandre Durão)