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- Marcello Zambrana/AGIF
Militão vive expectativa de deixar o São Paulo
Perto do adeus, Éder Militão já avisou ao São Paulo que pretende deixar o clube e ser negociado com o Porto. O atleta, cujo contrato se encerra em janeiro de 2019, aguarda por um acordo entre as partes para se apresentar na nova casa. Até aqui, a diretoria tricolor faz jogo duro e rejeitou uma oferta de 4 milhões de euros (ao redor de R$ 17 milhões) dos portugueses para a sua liberação imediata.
Ainda assim, a avaliação é de que o ‘sim’ tricolor é apenas uma questão de tempo. Conforme apurado pelo UOL Esporte, Militão conta, inclusive, com um representante no Porto para encaminhar a papelada e agilizar a sua situação.
O advogado Bruno Macedo, que cuida dos interesses de um de seus agentes, Giuliano Bertolucci, em Portugal, aguarda para avançar com o negócio. Nos últimos dias, ele esteve reunido com os empresários Adriano Spadoto e Carlos Meinberg Neto, também parceiros, para discutir os detalhes e alinhá-los com membros do Porto.
Pessoas ligadas a Militão afirmaram à reportagem que o lateral deve atuar pelo menos na próxima partida, contra o Grêmio, na quinta-feira, às 19h30 (de Brasília), em Porto Alegre, antes de fazer a sua despedida.
A queda de braço entre Porto e São Paulo passa não apenas pelas cifras, mas também por isso.
Além de exigir um valor maior, que deve chegar a 6 milhões de euros (R$ 25,5 milhões) mais 10% em uma venda futura, o time tricolor tenta mantê-lo por mais tempo na Barra Funda e assegurar a sua presença em campo contra Cruzeiro, Colón de Santa Fé e Vasco também – essa é a hipótese mais provável no momento.
Ele viajaria para Portugal, assim, somente após o confronto com os cruzmaltinos, em 5 de agosto, pelo Brasileiro.
O Porto bate o pé para tê-lo o quanto antes e não atrapalhar a sua preparação para a temporada. No próximo dia 4 de agosto, os atuais campeões locais enfrentam o Desportivo das Aves pela Supertaça Portuguesa.
Depois de recusar mais de uma oferta para renovação com o São Paulo, Militão está livre para assinar um pré-contrato no mercado desde 11 de julho. Se os dois lados não chegarem a um denominador comum, ele deixará a equipe sem qualquer compensação financeira ao fim de seu vínculo.
Por que o Porto insiste na liberação imediata
Ao todo, o Porto perdeu quatro peças de sua defesa nesta janela de transferências: Diogo Dalot (Manchester United), Ricardo Pereira (Leicester), Marcano (Roma) e Reyes (livre). Para piorar, os primeiros testes na pré-temporada deixaram o técnico Sérgio Conceição furioso e ‘disparando’ contra a diretoria ao dizer que “meia dúzia de jogadores” não tinha capacidade para jogar no clube.
Um de seus maiores dilemas está na defesa. Ele não conseguiu até essa altura encontrar um novo parceiro para o ex-corintiano Felipe no miolo da zaga.
O nigeriano Chidozie, que veio do Nantes, tem sido uma catástrofe nesse início enquanto que o garoto Diogo Leite pede passagem. Na última segunda-feira, Conceição recebeu o primeiro dos reforços pedidos para solucionar o problema, com a vinda do congolês Mbemba, proveniente do Newcastle. Ele custará em torno de 8 milhões de euros (R$ 34 milhões) aos seus cofres.
Falta apenas Militão, a quem, segundo o seu estafe, foi prometida a condição de titular no setor. Ele não deve atuar na lateral, onde teria a concorrência do uruguaio Maxi Pereira e do compatriota João Pedro, ex-Palmeiras, Bahia e Chapecoense, que tem agradado.
Com a expectativa de uma definição a qualquer momento, Militão tem elogiado o seu comprometimento dentro do São Paulo e não mudou a sua postura em campo, mesmo deixando claro a sua vontade de sair desde o princípio.