Análise: ter ou não ter a bola, eis a questão! Com a posse dela, São Paulo para no Colón

323

GloboEsporte.com

Mateus Benato

No Morumbi, Tricolor se complica na Sul-Americana; contra o Vasco, no domingo, tem que vencer.

 

Publicidade

O São Paulo não funcionou contra o Colón na quinta-feira, no Morumbi, no jogo de ida da segunda fase da Copa Sul-Americana. A derrota por 1 a 0 para o time argentino pode ser considerada um castigo, mas serve de alerta ao Tricolor, que foi apresentado a uma nova situação de jogo neste segundo semestre: jogar com a bola. Soa engraçado, já que se trata de futebol, mas…

Depois da Copa do Mundo, o São Paulo tinha feito quatro jogos: três fora de casa, contra times grandes (Flamengo, Grêmio e Cruzeiro), e um no Morumbi, contra um rival estadual (Corinthians). Foram nove pontos ganhos em 12 disputados, com a segunda posição consolidada no Campeonato Brasileiro, e torcida e crítica avaliando as chances de título.

Nas partidas como visitante, o São Paulo teve menos posse de bola que o adversário. No clássico, teve um pouquinho a mais, mas criou perigo principalmente quando teve espaço para jogar. A receita vencedora: marcação forte para recuperar a bola, inclusive com a participação dos atacantes recuados, e contra-ataques rápidos – lembra os dois gols contra o Cruzeiro?

Posse de bola do São Paulo pós-Copa

Tempo com a bolaJogoLocalCampeonato
64%0 x 1 ColóncasaSul-Americana
48%2 x 0 CruzeiroforaBrasileirão
36%1 x 2 GrêmioforaBrasileirão
51%3 x 1 CorinthianscasaBrasileirão
42%1 x 0 FlamengoforaBrasileirão

Contra o Colón, no Morumbi, o São Paulo viveu uma situação diferente: o time argentino jogou com todo mundo atrás, deixando a bola com o time da casa, que na maioria das jogadas não soube o que fazer com ela. Diego Aguirre poupou três jogadores (Sidão, Arboleda e Liziero), mas o quarteto de criação/ataque estava em campo (Nenê, Rojas, Everton e Diego Souza).

Sem espaço, o São Paulo teve muita dificuldade para entrar na área adversária. Não havia espaço para correr nem tabelar. Além disso, a troca de passes era lenta. O que fazer, então? O jeito mais fácil de chegar perto do gol era levantar a bola, cruzar… Não deu certo! Nem com Bruno Peres estreando no time titular como segundo volante, praticamente um meia.

Bruno Peres divide a bola no meio de campo (Foto: Marcos Ribolli)

Bruno Peres divide a bola no meio de campo (Foto: Marcos Ribolli)

Veja outros números do Tricolor na partida:

  • Finalizações – 15 (11 erradas)
  • Cruzamentos – 37 (30 errados)
  • Lançamentos – 18 (nove errados)
  • Passes – 490 (47 errados)

Na retranca, o Colón foi ao ataque com a bola dominada somente aos 11 minutos de jogo. Pior: o São Paulo só conseguiu entrar na área adversária numa jogada trabalhada aos 16. E dá-lhe cruzamento… Em situações como essa, “achar” um gol pode mudar o cenário: Rojas teve uma oportunidade aos 29, mas o chute de virada saiu por cima – veja nos melhores momentos:

Confira os melhores momentos de São Paulo 0 x 1 Colón

Confira os melhores momentos de São Paulo 0 x 1 Colón

Bruno Peres e Hudson tentaram chutes de fora da área, mas, do pessoal mais avançado, não saíram as trocas rápidas de passes que poderiam quebrar a marcação argentina. Para piorar a situação, o Colón fez 1 a 0 aos 34 do segundo tempo, em uma de suas três finalizaões. No dia 16, em Santa Fe, o São Paulo terá que vencer, e com um gol fora de desvantagem.

No próximo domingo, no Morumbi, o adversário será o Vasco, de volta ao Brasileirão. Como você acha que jogará o time carioca? Como os adversários que o São Paulo vinha enfrentando depois da Copa ou como o Colón? Na teoria, a bola ficará de novo nos pés tricolores. Será preciso criar chances e, principalmente, fazer gols. Parece óbvio, né? Aguirre que o diga…

1 COMENTÁRIO

  1. Jogamos bem ontem porém sofremos com uma defesa bem fechada e com a insistência em cruzamentos na área. O Aguirre mexeu bem no time mas pra mim foi um pouco tarde, a troca de Bruno Peres por Shaylon foi tardia, já deveria ter sido realizada no vestiário. Outro ponto seria no primeiro tempo ter trocado Bruno Peres e Militão de posição, deixando o Militão de volante e o Bruno na lateral para haver mais apoio.
    Quando enfrentamos times fechados (vai ocorrer bastante isso contra times menores em casa) o Aguirre deve rever o posicionamento do Diego Souza, ele enfiado entre os zagueiros discute muito e joga pouco, talvez recuar ele um pouco seja interessante, ou até troca-lo por um atleta mais rápido, Brenner talvez. Ontem faltou um pouco do Everton no jogo, poderia ter saído.
    Eu acredito que na Argentina vamos reverter.