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Bruno Giufrida, Felipe Schmidt e Leandro Canônico
Meia deixou o Cruz-Maltino no início do ano, após três temporadas de relação intensa. No Tricolor Paulista, após começo discreto, firmou-se como um dos destaques no Brasileirão.
A partida de domingo no Morumbi marcará o reencontro de Nenê com o Vasco. Ídolo do Cruz-Maltino nos últimos dois anos, o meio-campista do São Paulo vai enfrentar a ex-equipe pela primeira vez desde que deixou São Januário, em janeiro.
A expectativa fica pelas sensações que tanto Nenê quanto a torcida vascaína terão: quando saiu do clube, o meia já não era a unanimidade de seus primeiros meses, em que chegou a ser cogitado até para a seleção brasileira.
Nenê teve relação intensa no Vasco: chegou em agosto de 2015 e assumiu a liderança técnica da equipe na arrancada malsucedida contra o rebaixamento. No ano seguinte, foi o grande destaque do título carioca invicto, numa sequência de 56 jogos sem vencer. Na época, o técnico era Jorginho, o mesmo atual comandante cruz-maltino.
– Parar o Nenê não é fácil, porque ele é um jogador extremamente inteligente. Sabe se posicionar muito bem. Vamos trabalhar para isso, porque, se deixarmos pensar, é quase impossível que não encaixe uma bola, um passe, um chute – elogiou o treinador.
Queda de rendimento e barração
A partir de 2017, porém, o meia perdeu prestígio. As atuações tornaram-se irregulares, a ponto de o então técnico Milton Mendes barrá-lo em alguns jogos do Brasileiro. Pois Nenê se recuperou na reta final com Zé Ricardo e fez gols importantes para ajudar na classificação cruz-maltina à Libertadores (assista no vídeo abaixo o gol de falta na vitória sobre o Santos na Vila Belmiro).
– Para mim, como treinador, quando saí do Vasco, era duro ver o Nenê no banco. A qualidade dele é tão alta… Fico feliz pelo sucesso dele. Espero que não tenha sucesso no próximo jogo, mas sempre torço por ele, porque se trata de um grande atleta. Um craque e um dos jogadores que se entregam de todo coração – completou Jorginho.
Entretanto, a relação estava desgastada. Antes de um jogo contra o próprio São Paulo, Nenê pediu para não ser relacionado pois aguardava proposta do exterior para deixar o clube. Era a terceira vez que o meia pedia para ser liberado.
Sua personalidade também não era unanimidade em São Januário. Pela vontade de ser sempre o protagonista do time, ganhou dos companheiros o apelido de “Mickey”. No início de 2018, com a mudança de diretoria e o interesse do São Paulo, ele entrou em acordo para deixar o Vasco.
A chegada ao São Paulo
Nenê chegou ao São Paulo em negociação comandada por Raí, atual diretor executivo do Tricolor. À época, o então técnico Dorival Júnior foi contra a chegada do meia.
Por isso, Nenê demorou a ter confiança para brilhar com a camisa do São Paulo. Entre o time titular e reserva, o meia só engrenou depois da chegada de Diego Aguirre.
Com o técnico uruguaio, Nenê cresceu de produção e virou a principal estrela do time. É atualmente o artilheiro da equipe na temporada com 10 gols, ao lado de Diego Souza.
Durante a Copa do Mundo, Nenê recebeu proposta do futebol árabe, mas preferiu ficar no São Paulo. Recentemente, recebeu aumento salarial.