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- Paulo Pinto / saopaulofc.net
Nenê comemora gol com Reinaldo, que virou referência no São Paulo de 2018
Reinaldo conseguiu dar a volta por cima. Contratado pelo São Paulo em 2013, ele era alvo de vaias durante a sua primeira passagem pelo clube, até 2016. Depois de defender a Ponte Preta (2016) e a Chapecoense (2017), ele voltou ao Morumbi e se transformou em um dos principais jogadores da equipe líder do Campeonato Brasileiro.
“Não vou mentir, eu escutava [a vaia] no vestiário quando anunciavam o número 16 e ficava um pouco triste, mas entrava no campo e tentava fazer o meu melhor, trabalhando sempre com a minha humildade. Hoje faço uma jogada e gritam meu nome, quando anunciam o número 14 também, chega a arrepiar lá dentro do vestiário. Passa um filme na cabeça, porque antes era só vaia, e hoje o torcedor grita meu nome e aplaude. Esses jogos no Morumbi estão sendo de arrepiar”, disse Reinaldo.
Mesmo quando estava longe do São Paulo, o lateral esquerdo acompanhava a equipe. O desejo era de voltar ao Morumbi para apagar a imagem que tinha deixado em sua primeira passagem pelo clube.
“Em todo momento, desde que saí, minha cabeça era de voltar para o São Paulo, chegar aqui e fazer história. Já estou uns quatro anos aqui nesse CT. Tem um quadro do meu conterrâneo Willian José, campeão da Sul-Americana. É muito bom ver os ídolos ali. Eu vou lutar muito, até o último dia, para colocar o quadro desse elenco nesse CT. Eu vou estar nessa foto, se Deus quiser”, afirmou Reinaldo.
Confira os principais trechos da entrevista de Reinaldo ao São Paulo:
Trajetória no clube
Eu cheguei com um Brasileirão só e, infelizmente, não tinha ido muito bem no Sport. Lutamos até a última rodada, mas caímos. Quando cheguei tinha três laterais aqui e o Paulo Autuori me deu oportunidade contra o Corinthians, depois teve a ida para a Alemanha, Portugal, Japão. Depois veio o professor Muricy, a gente estava brigando para sair da zona do rebaixamento e chegamos na semifinal da Sul-Americana. O professor Muricy falou para renovarem comigo, para eu ficar, e isso foi muito bom. O outro ano também foi bom, a gente foi vice-campeão brasileiro. Em 2015, não foi muito bom. Em 2016 fui emprestado para a Ponte, em 2017 para a Chapecoense. Agora estou com mais bagagem, mais experiente e mais maduro.
Ambiente
É muito importante essa felicidade que a gente tem nas concentrações e nas viagens. É sempre assim. Vocês pegam uma parte, mas a todo momento a gente está dando risada, um zoando o outro. Eu gosto de estar em um lugar feliz, porque dá vontade de voltar. Concentrar não é tão bom, mas estamos sempre felizes, com o ambiente leve. Os jogadores e a comissão entram na brincadeira, sempre dão risada. Quem tem a ganhar é o São Paulo, com o ambiente leve.
Nenê
É um cara que a gente chama de ranzinza. Não gosta muito que brinque com ele, mas ele brinca com todo mundo. Eu brinco e dou risada para zoar ele, como faço com qualquer um, sempre com respeito. Ele vai longe, vai até os 45.
Diego Souza
É um cara tranquilão, ele começa a zoar e depois dá uma fugida. Ele está de bem com todo mundo, ele é assim. É um carioca que sabe a hora de sair.
Everton
É aquele cara mais acelerado, está toda hora acelerando. A gente procura o Everton, cadê o Everton, e nada. Quando a gente vê, ele está dormindo. Passou das 21h não conta mais com ele. O Everton é a cereja do bolo do São Paulo. Quando ele chegou tudo começou a andar. Parece que ele já está há dez anos aqui.
Melhor jogador do seu time
O Kaká é um deles. Joguei com muitos jogadores de qualidade aqui. Kaká, Pato, Luis Fabiano, Alan Kardec, Rogério Ceni… No gol é Rogério Ceni, claro, mas no campo, tocando a bola, o Kaká. Foi um cara importante, que corria mais que todo mundo, sempre falando, nos ajudando. Hoje tem o Nenê, tem o Diego, tem o Everton. O Diego tem não sei quantos Campeonatos Brasileiros. Eu via ele jogando antes de pensar em viajar para São Paulo e tentar a vida no futebol. Estar do lado dele jogando é maravilhoso.
Na torcida
Eu estava longe ano passado, mas não deixava de ver os jogos. Eu me lembro bem do jogo contra o Cruzeiro, com o Morumbi lotado, bonito de ver. O Hernanes acabou com o jogo. Essa energia que começou o ano passado é muito boa. No último jogo, contra o Ceará, o torcedor não desacreditou em nenhum momento, deu força para nós. Espero que daqui até o último jogo eles estejam lá nos apoiando. Para domingo, quem não comprou ainda, que compre o ingresso, porque é muito importante para nós ter essa sintonia com a torcida, essa energia positiva vindo da arquibancada.