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A importância de Nenê para o São Paulo é tão clara quanto óbvia. Apesar de seus 37 anos, o veterano não tem tido problemas físicos, é o atleta com maior número de atuações pelo clube na temporada (40) e lidera a artilharia da equipe, com 12 gols.
Ter uma peça como Nenê no grupo é fundamental para qualquer time pensar em título, mas também traz uma preocupação. Afinal, sempre será difícil encontrar uma solução para eventuais ausências de um jogador tão fundamental para a engrenagem como é Nenê para a equipe de Diego Aguirre.
O jogo de domingo, contra a Chapecoense, foi um teste para essa situação particular. A aposta do técnico uruguaio foi em Shaylon. E o meia de 21 anos não decepcionou: abriu o placar no Morumbi e foi crucial para o triunfo que rendeu a conquista simbólica do primeiro turno do Campeonato Brasileiro pelo São Paulo.
O recado de Shaylon foi dado dentro e fora de campo. Questionado, o jogador revelado pelas categorias de base do clube paulista deixou claro que está preparado para assumir a responsabilidade quando Nenê não puder jogar.
“Posso, venho trabalhando para isso, me dedicando e me preparando para quando ele não jogar estar preparado para substituir ele à altura”, garantiu o jovem, que sequer precisa ajustar seu posicionamento em campo para suprir a ausência do camisa 10 titular. “Foi sempre ali que eu joguei mesmo. É a minha posição de origem, não tem novidade”, comentou, em entrevista à Gazeta Esportiva.
Em 2017, Shaylon fez 16 jogos, marcou dois gols e atuou por 629 minutos – média de 39,3 minutos por jogo. Esse ano, já foram 15 partidas, que lhe renderam 620 minutos em campo – média de 41,3 minutos por jogo – e os mesmos dois gols. No Brasileirão, Aguirre só não relacionou o armador contra Fluminense e Atlético-MG. Desde a partida com o Bahia, pela 5ª rodada, Shaylon esteve com o grupo em todos os desafios.
Aliás, em Salvador, frente aos baianos, Shaylon garantiu o empate fora de casa ao São Paulo com um golaço de fora da área nos acréscimos do confronto. Titular nesse domingo, o meia marcou pela primeira vez no Cícero Pompeu de Toledo. Gols importantes que chamam atenção e são frutos de um ensinamento levado pelo jogador.
“Sempre fui muito cobrado, sempre ouvi muito os treinadores falarem que meia tem que chegar na área, meia tem de fazer gol. Eu coloquei isso dentro da minha cabeça e é o que eu procuro fazer, chegar dentro da área e estar sempre próximo ao gol”, explicou.
Agora, o que Shaylon espera são novas oportunidades. É difícil, já que Nenê não costuma dar muita brecha para a concorrência, mesmo assim, o reserva de confiança de Diego Aguirre prefere enxergar o lado positivo do rodízio proposto pelo comandante uruguaio.
“Não sei se é melhor ou se não é. O ponto positivo é que ele (Aguirre) deixa todo mundo motivado, todo mundo vem trabalhando firme, porque pode surgir uma oportunidade. É um fator positivo que ele deixa para nós”, disse, sem a menor ideia sobre quem jogará na quarta, contra o Paraná, em Curitiba. “Só ele (Aguirre) sabe”, concluiu Shaylon, entre risos.