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Bruno Cassucci
Tricolor já não tem mais contra-ataque eficiente como antes e sofre para criar.
Para cada ano de tabu, um problema diferente. Depois de 16 anos, o São Paulo voltou a perder para o Palmeiras no Morumbi graças a uma sucessão de erros individuais e coletivos, que resultaram numa atuação apática e frustrante para os mais de 56 mil tricolores que foram ao Choque-Rei.
A classificação do Campeonato Brasileiro ainda mostra o São Paulo na briga pelo título, mas o desempenho em campo está longe de ser o de um campeão. Sem vencer há quatro rodadas, o Tricolor começa a ver até mesmo a classificação direta para a Libertadores de 2019 sob risco.
Melhores momentos de São Paulo 0 x 2 Palmeiras pela 28ª rodada do Campeonato Brasileiro
Se no primeiro turno as “invenções” de Diego Aguirre geravam soluções para o São Paulo e surpreendiam adversários, agora elas mais atrapalham do que ajudam.
A avaliação do treinador já era ruim após os 90 minutos, mas ficou ainda pior após a entrevista coletiva dele. Aguirre disse que a ideia era segurar o rival no primeiro tempo e, aos poucos, ir mudando o jogo com substituições.
Em casa? Precisando vencer para assumir a liderança? Como assim?
Não à toa, o técnico foi alvo de críticas ao final da partida.
Embora tenha tido mais posse de bola durante todo o clássico, o Tricolor teve enorme dificuldade para criar. Jucilei assumiu o papel de levar a bola da defesa para o ataque, mas não conseguiu resolver sozinho.
Formação inicial do São Paulo — Foto: globoesporte.com
Mesmo quando o jogo estava 0 a 0, o São Paulo não conseguia usar aquela que até pouco tempo atrás era uma de suas melhores armas, o contra-ataque. O time abusou dos erros de passes e dos chuveirinhos na área (foram 16 no total).
Nenê esteve sumido nos primeiros 45 minutos, mas com um elenco carente de armadores o São Paulo não poderia se dar o luxo de abrir mão de seu camisa 10 no intervalo. Aguirre fez isso, colocando Everton e Carneiro, e puxando Bruno Peres de volta para a lateral direita, antes ocupada por Rodrigo Caio.
A defesa também penava. O primeiro gol poderia ter saído aos 9 minutos, em erro de Sidão, mas veio aos 37, em falha de Anderson Martins. O zagueiro saltou no vazio e deixou Gustavo Gómez livre para marcar, como fica claro na imagem abaixo:
Anderson Martins vacila na marcação de Gustavo Gómez, que faz o gol do Palmeiras — Foto: reprodução
O segundo do Palmeiras foi ainda pior. O lance é daqueles que o torcedor se pergunta: “o que esses caras treinam durante a semana?”
Mal posicionado, o time perdeu a bola após escanteio a seu favor e deu a oportunidade de o rival puxar um contra-ataque com três contra dois jogadores.
Dudu mandou na trave e ainda deu a chance de a defesa tricolor se recompor. Mesmo assim, Deyverson ficou livre, livre para marcar o segundo…
Gol do Palmeiras! Após contra-ataque e bola na trave, Deyverson amplia, aos 37′ do 1º t
No próximo domingo o Tricolor tem nova decisão, desta vez fora de casa, contra o Internacional. A liderança e o tabu já foram. É preciso lutar (e melhorar muito!) para não perder também a esperança.
Formação do São Paulo no segundo tempo: Nenê e Rodrigo Caio saíram no intervalo; Diego Souza foi trocado por Tréllez no final — Foto: globoesporte.com
Só nos resta torcer para ficar entre os dez para disputar a Sulamericana.
Um zagueiro do Vasco, pior time carioca.
Um armador que não tem reserva.
Um centroavante que é sem nunca ter sido.
Uma diretoria incompetente.
Um técnico burro e cagão.
E Sidão.