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O São Paulo receberá o Palmeiras neste sábado, no estádio do Morumbi, às 18h (de Brasília). Maior artilheiro tricolor no Choque-Rei ao lado de Gino Orlando, com 12 gols, o ex-atacante Muller crê que a partida válida pela 28ª rodada do Campeonato Brasileiro será uma verdadeira final antecipada.
“O São Paulo tem caído muito de produção, o Palmeiras tem subido e permanecido lá em cima em termos técnicos. Uma equipe que está em ascensão contra outra em queda. Mas, se tratando de clássico, a equipe que está mal pode se superar e às vezes conseguir vencer o clássico. O Palmeiras pode ser favorito por conta do elenco, que é de mais qualidade, mas, se o São Paulo jogar completo, pode fazer frente ao Palmeiras, porque é uma grande equipe. Vai ser uma decisão antecipada”, afirmou Muller à Gazeta Esportiva.
Embora ainda não haja a confirmação, a tendência é que o São Paulo vá a campo com o seu time ideal, algo que não acontece desde a primeira rodada do returno, no empate em 1 a 1 com o Paraná, em Curitiba. Everton, desfalque nas últimas partidas por conta de uma fibrose na coxa esquerda, vem trabalhando em dois períodos durante essa semana, tudo para reforçar o Tricolor, mais necessitado do que nunca de uma vitória no Brasileirão.
“Todo jogador sabe que clássico é diferente. O jogador se prepara diferente, se cuida mais. Enfim, é um somatório de coisas na preparação para o jogo que se fosse contra qualquer outra equipe não seria feito a mesma coisa. Existe uma rivalidade eterna, você perde ou se consagra. Como eu gostava muito de jogar clássico e quase todos eu vencia, depois da partida jantava com a família bem mais relaxado, mais feliz. Era uma satisfação plena não só jogar um clássico, mas vencer e também fazer um gol”, prosseguiu, antes de minimizar o fato de ser o artilheiro são-paulino no Choque-Rei.
Em 29 clássicos contra o Palmeiras, Muller marcou 12 gols e só não se isolou na artilharia do Choque-Rei entre atletas são-paulinos porque Gino Orlando, que defendeu o clube entre os anos 1950 e 1960, também balançou as redes 12 vezes. Neste sábado, o Tricolor não contará com qualquer jogador que esteja próximo de desbancar a dupla, mas a previsão de casa cheia certamente motivará a equipe a buscar a tão sonhada vitória.
“Não tem coisa melhor para um jogador de futebol do que entrar no estádio e vê-lo com 50, 100 mil pessoas. Nos anos 1980 e 1990, o Morumbi recebia até 120 mil pessoas. Jogamos semifinais e finais com essa capacidade. É um termômetro a mais e sem dúvida nenhuma a torcida sempre ajuda o jogador a desenvolver seu futebol. Quando a gente via a casa cheia, dava mais vontade”, relembrou Muller, que também revelou seu Choque-Rei favorito.
“Em 1992, primeira partida da final do Paulistão. Na oportunidade, se jogava o Paulistão no segundo semestre. Tínhamos que jogar contra o Palmeiras sábado à tarde e depois ir para o aeroporto viajar para o Japão no domingo para jogar o Mundial contra o Barcelona. No primeiro jogo da final, ganhamos do Palmeiras por 4 a 2, foi um jogão de bola e aí praticamente conquistamos a taça do Paulistão”, concluiu Muller, que nesta partida não balançou as redes, mas marcou no jogo de volta, em que o Tricolor voltou a vencer o Verdão, desta vez por 2 a 1.