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Vinicius Garcia é meia da equipe de Aspirantes do Tricolor
Meio-campista, cria da base do São Paulo. Crê que a leitura e o hábito de escrever podem ajudá-lo a crescer como pessoa e como atleta pelos estímulos gerados ao sistema cognitivo. Esse papo remete imediatamente a Hernanes, mas o Profeta segue suas aventuras na China. Quem tenta prosperar com esse estilo de vida no Tricolor é o jovem Vinicius Garcia.
Vini, como é chamado pelos colegas, nunca foi tratado como a maior das promessas de Cotia. Começou a ganhar mais destaque na temporada passada, em seu último ano de sub-20, e agora é o armador, muitas vezes camisa 10, da equipe que disputa o Brasileirão de Aspirantes. Ele ajudou o clube paulista a já estar bem perto da decisão do torneio com a vitória sobre o Coritiba por 3 a 0, fora de casa, no jogo de ida das semifinais.
Por jogar centralizado, obrigado a municiar os atacantes e criar as jogadas, o meia sabe que precisa de um raciocínio rápido, de uma visão apurada. E acredita que seus hábitos fora de campo o ajudam nessa evolução. Vini escreve e lê no dia a dia. Fala sobre fé, sobre conquistas, sobre amores. Estuda a Bíblia e a vida de personalidades dentro e fora do esporte.
“Há uns dois anos, percebi que a escrita era uma forma positiva de externar o que eu sentia. Escrevo para minha namorada e sobre as fases mais complicadas da vida. (Para ler) Gosto muito de autobiografias. São muito sinceras e me proporcionam uma identificação com quem escreve. Costumo ler todo dia. Seja a Bíblia ou outros livros. Isso ajuda, acredito, a desenvolver meu sistema cognitivo, além de ser uma forma de me posicionar ou presentear alguém. Também acredito que, como atleta, gostar de escrever quebre o estereótipo que constroem dos jogadores”, explica o garoto de 21 anos.
Igor Amorim/saopaulofc.net
Entre os livros favoritos de Vini, estão as autobiografias dos ex-tenistas André Agassi e Pete Sampras e de Phil Knight, fundador da Nike. Fora do esporte, se encantou ainda com a história de Charles Chaplin. O meia ainda tenta indicar títulos e aconselhar amigos a lerem mais. E recebe de volta elogios pela forma de ver o mundo – e compartilhar essas visões em suas redes sociais.
“As pessoas costumam gostar (do que escreve). Elogiam, e alguns até dizem que se sentem muito bem lendo. Fico muito feliz em receber tudo isso, porque o motivo de postá-los é justamente esse. Ajudar, de alguma forma, ou compartilhar do mesmo sentimento com alguém que esteja na mesma situação. Acredito que escrever seja uma forma de empatia, uma forma sutil de esperança”, destaca.
Os últimos textos publicados por Vinicius Garcia têm sido direcionados para a namorada, Angélica. “Ela ama meus textos. Sempre se emociona. Palavras dela (risos)”, se alegra. E há ainda o sonho de escrever para valer, de forma mais profissional, a ponto de escrever um livro. Uma missão para o futuro, enquanto leva a carreira de futebol adiante – o contrato com o São Paulo termina em 31 de dezembro deste ano: “Vejo isso com bons olhos, me imagino escrevendo, mas não tenho uma ideia certa ainda”.