Bom gestor, estudioso e atento à base: Jardine se “vende” ao São Paulo

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GazetaEsportiva.net

José Victor Ligero

André Jardine terá mais quatro jogos para convencer diretoria de sua efetivação (Foto: Djalma Vassão/Gazeta Press)

Satisfeito com o desempenho do time no empate com o Grêmio, André Jardine utilizou o tempo estendido de sua entrevista coletiva após o duelo da última quinta-feira, no Morumbi, para falar sobre si e deixar claro que se sente preparado para assumir o time profissional do São Paulo.

Contratado em 2015 para comandar as equipes de base, o gaúcho de Porto Alegre encheu a sala de troféus de Cotia e acabou promovido a auxiliar da comissão técnica permanente do time principal em março deste ano, após a saída de Dorival Júnior.

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No CT da Barra Funda, enquanto ajudava a comissão liderada por Diego Aguirre, Jardine procurou se aprofundar ainda mais nos estudos. No mês passado, liberado e apoiado pela diretoria, viajou à Europa atrás de aprendizado e atualizações.

Lá, o agora técnico interino pôde acompanhar jogos e treinos de grandes equipes do continente. De olho em uma possível efetivação no clube do Morumbi, o profissional também fará um curso da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) no mês que vem.

“Eu sou extremamente agradecido a tudo o que o São Paulo tem feito por mim. A direção tem investido em mim, proporcionando por exemplo essa última viagem de olhar in loco equipes que admiro. Farei o curso da licença pro, da CBF, que já estou inscrito, em dezembro, também subsidiado pelo clube. O clube acredita em mim”, afirmou Jardine.

Entusiastas do profissional, o presidente Carlos Augusto de Barros e Silva e o executivo de futebol Raí torcem pelo sucesso do time nesta reta final de temporada, para que Jardine seja efetivado em 2019.

“Sempre deixei claro que não tenho pressa, confio muito no sentimento deles, de me lançarem de treinador no momento que acharem propício. Ao mesmo tempo não escondo que me sinto preparado. Vou respeitar qualquer decisão. Se tiver que ser auxiliar, vou continuar aprendendo”, avisou.

Além dos estudos, Jardine diz ter qualidades bem avaliadas pela atual diretoria tricolor. Ele se define como um treinador de estilo “agressivo”, que arma equipes ofensivas.

“Minhas equipes, especialmente aqui no São Paulo, defendiam um jogo propositivo, agressivo. Um jogo que eu enxergo as grandes equipes no mundo fazendo, as que mais conquistam. Gosto de ver meu time ser o protagonista do jogo, ser mais agressivo que o adversário, seja na defesa ou com a bola. Vou buscar no pouco tempo que tenho”, projetou.

 

Ele também prometeu cuidados especiais no trato com os jovens talentos do elenco. Na última quinta-feira, inclusive, Jardine valorizou a base são-paulina. Além de colocar Helinho como titular, os três jogadores que entraram no decorrer da partidas – Antony, Shaylon e Liziero – eram oriundos do CT de Cotia.

“Comigo estando aqui, os jogadores vindos da base sentem uma confiança, porque ganharam muito jogando desse jeito e acreditam nas minhas ideias, na minha maneira de conduzir. Hoje, a base do São Paulo é uma referência no Brasil. Na CBF existe um consenso de que o São Paulo tem uma identidade na base, em todas as categorias. Essa identidade que eu gosto, de jogo bem jogado. Realmente a expectativa que eu tenho é de que os meninos desempenhem bem no profissional”, declarou.

Por fim, André Jardine garantiu privilegiar a boa gestão de pessoas. Algo, que para muitos, teria faltado a Diego Aguirre em sua passagem pelo clube.

“Eu me sinto preparado, porque tenho 15 anos como treinador, de diferentes categorias, mas gerindo pessoas. Nunca tive nenhum tipo de problema. Sou um cara transparente, sincero, e acredito que o jogador respeita seu líder quando percebe competência, e eu sempre demonstrei competência, sempre obtive resultados nesses 15 anos. Se receber a oportunidade do São Paulo, tenho certeza que a gestão vai ser muito fácil porque o São Paulo tem um grupo de jogadores com caráter acima da média”, concluiu.

Para convencer a diretoria de sua efetivação, Jardine terá que fazer o São Paulo ir bem nos quatro jogos restantes da temporada. A começar pelo duelo com o Cruzeiro, no próximo domingo, no Morumbi. O objetivo é levar o time, atualmente no quinto lugar do Campeonato Brasileiro, à fase de grupos da Copa Libertadores de 2019.