Diretoria do São Paulo vira trunfo para resgatar lado bom do “pacote Nenê”

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UOL

Bruno Braz e José Eduardo Martins

  • Ale Cabral/AGIF

    Nenê fez apenas um dos seus oito gols no Brasileirão no segundo turno da competição

    Nenê fez apenas um dos seus oito gols no Brasileirão no segundo turno da competição

Nenê deixou de ser a solução dos problemas do time para ser personagem de notícia polêmica no noticiário do São Paulo nesta reta final do Campeonato Brasileiro. Antes com status de astro e de titular absoluto, ele caiu de rendimento no segundo turno do nacional e chamou a atenção por sua conduta. No último domingo (4), no empate por 2 a 2 com o Flamengo, o meia deixou o Morumbi mais cedo que os demais colegas, não participou da reza no vestiário e saiu sem falar com a imprensa.

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Tal postura é vista, como disse o superintendente de relações institucionais do Tricolor, Diego Lugano, como algo esperado dentro do chamado “pacote Nenê”. Para evitar que o camisa 10 volte a ter um comportamento negativo e para permitir que ele retome o bom futebol, a aposta do São Paulo está no bom relacionamento do atleta com a cúpula do clube.

O executivo de futebol, Raí, e Lugano foram dois dos principais incentivadores da contratação de Nenê no início do ano. Os dois já conheciam o jogador muito antes de ele vestir a camisa do Tricolor. Os três tiveram passagens pelo Paris Saint-Germain, sendo que Lugano e Nenê atuaram juntos.

“Eu ajudei muito o Lugano lá no Paris Saint-Germain, então por isso que ele me ajudou aqui… Brincadeira (risos). É um cara espetacular, um exemplo tremendo pela história que teve no São Paulo. A gente já falava há um tempo atrás dessa possibilidade, que acabava não dando certo das outras vezes. E a relação é muito boa. Um cara honesto, trabalhador e vencedor. E eu me identifico com ele porque sou muito assim também. Se não ganhar, eu fico maluco. Não gosto nem de perder os joguinhos do treino. Ele é assim e eu me identifico muito”, disse Nenê, em entrevista ao UOL Esporte, concedida em junho.

Essa boa relação já foi importante para o camisa 10 no São Paulo em outras ocasiões. Com Dorival Júnior no comando da equipe, Nenê era reserva e também estava longe de viver um bom momento. Com a chegada de Diego Aguirre, em março, ele falou com os dirigentes e teve uma conversa com o treinador, que gostaria de entender como Nenê poderia render mais. Vale destacar que o técnico uruguaio já tinha trabalhado com o meia brasileiro no Al-Gharafa, do Qatar.

Na sequência, ele despontou como uma das referências do time, que chegou a liderar o Brasileirão. Sob a batuta de Aguirre, ele marcou dez gols, sendo alguns em partidas importantes (como na semifinal do Paulista, contra o Corinthians, e na quebra do tabu na Arena da Baixada, contra o Atlético-PR). Ainda assim, em momentos em que o lado ruim surgia, como quando reclamou por ser substituído no jogo contra o Cruzeiro, contou com a compreensão de Raí, Lugano e do coordenador de futebol tricolor, Ricardo Rocha, que fizeram a cobrança, mas em tom amigável e sem aplicação de multa.

Histórico de reclamações

Não é de se estranhar que a diretoria do São Paulo veja como uma parte integrante do chamado “pacote Nenê” as reclamações do armador. Como disse Lugano, o jogador já fazia “mesmo biquinho” quando ficava no banco de reservas do Paris Saint-Germain.

A passagem de Nenê pelo Vasco também é bastante semelhante ao roteiro apresentado até agora no Tricolor paulista. Contratado em agosto de 2015 para tentar afasta o time carioca do rebaixamento para a Série B, ele assumiu o papel de líder. Em 2016, participou ativamente da campanha do título estadual, que veio com invencibilidade, com o time treinado por Jorginho.

Porém, com o tempo, a relação se desgastou. A chegada de Milton Mendes, em março de 2017, marcou o início do processo que resultou na saída do meia de São Januário. Figura frequente no banco de reservas, ele passou a expor a sua insatisfação. Na época, até mesmo se cogitou a sua transferência, mas nenhuma proposta oficial apareceu.

Como tinha contrato com o clube, permaneceu por lá. Com a mudança no comando e o início do trabalho de Zé Ricardo, ele voltou a ser visto como um jogador importante. Por todo esse histórico, muita gente no Vasco da Gama ainda o considera um jogador mimado. Ainda assim, já uma movimentação de torcedores do time carioca que sonham com o retorno de Nenê.

1 COMENTÁRIO

  1. Raí deve se limitar a começar a prospectar as soluções para um clube do tamanho do SPFC, deixando de falar “merda” sobre política, que não interessa a ninguém, conversando com jogadores “problemas” para que possamos conseguir uma classificação para a Libertadores…o Cruzeiro já está certo, então são cinco vagas, sendo a última se disputando uma fase eliminatória…