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Ana Carolina Silva
- Reinaldo Canato/UOL
No São Paulo, dificilmente há quem sobreviva de um réveillon ao outro. Desde que o Campeonato Brasileiro adotou o formato de pontos corridos, em 2003, somente um treinador começou e terminou um ano no comando do time do Morumbi: Muricy Ramalho. E por quatro vezes.
Não havia como ser diferente com o tri brasileiro em 2006, 2007 e 2008, já que o Tricolor fechou os três anos em festa. Em 2013, ele voltou para substituir Paulo Autuori e disse ter encontrado um cenário em que atletas fingiam lesões, o que indicava possíveis problemas de insubordinação nas gestões anteriores.
Consciente das limitações do elenco, tirou o time da briga contra o rebaixamento e ainda foi vice brasileiro no ano seguinte, comandando um quarteto com Ganso, Kaká, Alexandre Pato e Alan Kardec, além da sombra de Luis Fabiano. Respeitado pela torcida, Muricy decidiu sair em 2015 para cuidar da saúde.
AFP PHOTO/MARTIN BERNETTI
A única vez que ele começou e não terminou um ano no clube foi em 2009, quando foi eliminado da Copa Libertadores nas quartas e substituído por Ricardo Gomes – que iniciou 2010 no São Paulo, mas não aguentou o ano inteiro.
Nem mesmo Ney Franco, último a ganhar um título pelo Tricolor, conseguiu este feito. O treinador ficou no cargo por exatamente um ano, já que foi contratado em 5 de julho de 2012 e demitido em 5 de julho de 2013. Nenhum dia a mais.
Apesar da conquista da Copa Sul-Americana, Ney Franco teve atritos com Rogério Ceni, que questionou substituições e, em troca, foi acusado pelo técnico de reclamar “nos corredores” sobre contratações que não o agradavam.
Leandro Moraes/UOL
Um problema parecido pode ter marcado a queda de Diego Aguirre neste domingo (11); parte da torcida acredita que o uruguaio teria perdido o controle do vestiário. O camisa 10 Nenê, por exemplo, se mostrou insatisfeito com substituições; Raí nega que isso tenha relação com a saída do técnico.
Entretanto, o aproveitamento de 55,8% de Aguirre no comando do time foi o melhor desde a última passagem de Muricy (2013-2015), que obteve 59.9% dos pontos disputados. A equipe está na quinta posição do Brasileiro após a 33ª rodada, com chances matemáticas de disputar a próxima Libertadores.
Mas mesmo se não tivesse caído, o uruguaio só quebraria uma marca específica de Muricy se começasse e terminasse 2019 no clube. Afinal, Aguirre não esteve na pré-temporada de 2018 e só assumiu o São Paulo em março, após a saída de Dorival Júnior – que, por sua vez, substituiu Ceni no ano anterior.
Veja a lista de técnicos do São Paulo desde 2003:
2003 – Oswaldo de Oliveira e Roberto Rojas
2004 – Cuca e Emerson Leão
2005 – Emerson Leão, Milton Cruz* e Paulo Autuori
2006 – Muricy Ramalho (campeão brasileiro)
2007 – Muricy Ramalho (campeão brasileiro)
2008 – Muricy Ramalho (campeão brasileiro)
2009 – Muricy Ramalho, Milton Cruz* e Ricardo Gomes
2010 – Ricardo Gomes, Milton Cruz*, Sergio Baresi e Paulo César Carpegiani
2011 – Paulo César Carpegiani, Adílson Batista, Milton Cruz* e Emerson Leão
2012 – Emerson Leão, Milton Cruz* e Ney Franco
2013 – Ney Franco, Milton Cruz*, Paulo Autuori e Muricy Ramalho
2014 – Muricy Ramalho (vice-campeão brasileiro)
2015 – Muricy Ramalho, Milton Cruz*, Juan Carlos Osorio, Doriva e Milton Cruz*
2016 – Edgardo Bauza, André Jardine*, Ricardo Gomes e Pintado*
2017 – Rogério Ceni, Pintado* e Dorival Júnior
2018 – Dorival Júnior, André Jardine*, Diego Aguirre e Jardine (até o fim do ano)
*assumiu o time interinamente