Nenê perde pênalti, São Paulo só empata com Sport e sai vaiado

166

UOL

José Eduardo Martins

O São Paulo empatou por 0 a 0 com o Sport, no Morumbi, e não entrou no G4 na penúltima rodada do Campeonato Brasileiro. O Tricolor dominou a partida desta segunda-feira (26), mas teve pênalti perdido por Nenê e não aproveitou chances valiosas para marcar. A equipe pernambucana perdeu Claudio Winck por expulsão no fim.

As vaias marcaram o pós-jogo no Morumbi. O placar sem gols mantém o São Paulo na quinta colocação da Série A com 63 pontos. O Grêmio tem a mesma pontuação, mas tem uma vitória a mais que os paulistas e leva vantagem na briga por uma vaga no G4.

Pela última rodada do Brasileirão, no domingo (2), às 17h (de Brasília), o time de André Jardine visita a Chapecoense e se despede da temporada. Para ir direto para a fase de grupos da Copa Libertadores, o São Paulo precisa vencer e torcer para o Grêmio tropeçar contra o Corinthians no mesmo horário, em Porto Alegre.

Publicidade

O melhor: Liziero

Liziero entrou no time para substituir Hudson e tomou conta do meio de campo, fez a ligação entre o ataque e a defesa e criou boa parte das jogadas. Só não teve assistência computada porque seus companheiros de equipe não colaboraram.

O pior: Nenê

O camisa 10 chamou a responsabilidade e buscou o jogo, mas, não satisfeito em perder as oportunidades que teve no primeiro tempo, ainda desperdiçou o pênalti sofrido por Everton e saiu vaiado pela torcida são-paulina.

Nenê desceu para o vestiário reclamando depois de o São Paulo perder chances no primeiro tempo, algumas protagonizadas por ele próprio. Aos 15, o meia tirou tinta da trave com um chute de fora da área; aos 47, recebeu boa bola de Liziero e chutou em cima de Mailson.

“O Nenê está saindo nervoso aqui”, disse a repórter Fabiola Andrade, do SporTV, que se preparava para entrevistar o meio-campista. “Sempre quer polêmica você, né?”, questionou Nenê, antes de explicar o motivo de sua irritação: “O time poderia ter feito o gol e não fez”.

No início do segundo tempo, o camisa 10 falhou na conclusão da jogada mais bonita do São Paulo. Everton ajeitou de peito para a frente, Liziero tocou de calcanhar, e Nenê chegou batendo para defesa do goleiro.

O mais vaiado: Michel Bastos

Marcello Zambrana/AGIF

A torcida que compareceu ao Morumbi não poupou vaias para Michel Bastos. O polivalente jogador defendeu o São Paulo entre 2014 e 2016 e ficou marcado por algumas polêmicas, como quando pediu silêncio ao público durante a comemoração de um gol.

É provável que os torcedores do Sport também tenham ficado insatisfeitos com a atuação de Michel Bastos, que falhou na missão de comandar o Sport no Morumbi.

São Paulo pressiona, Sport contra-ataca

O Tricolor partiu para o ataque e teve as melhores oportunidades durante o primeiro tempo. Principalmente com Nenê, o time ficou perto de abrir o placar (leia abaixo). Para balançar as redes, faltou apenas um pouco mais de capricho no último passe ou na finalização.

Menção honrosa para o garoto Helinho, que se mostrou voluntarioso e esteve perto do gol algumas vezes. Trellez, substituto de Nenê, cabeceou uma bola na trave nos acréscimos do segundo tempo. O Sport teve bem menos posse de bola e explorou apenas os contragolpes.

De volta ao time, Diego Souza perde chance no início

O São Paulo contou com o retorno do seu artilheiro na temporada. Diego Souza, que tinha balançado as redes 16 vezes até o início desta rodada, voltou a jogar depois de se recuperar de dores no joelho direito – ele havia sido desfalque no jogo com o Vasco.

O camisa 9 tricolor teve chance de marcar logo aos três minutos do primeiro tempo, quando Helinho ajeitou a bola de cabeça e serviu o colega, mas Diego Souza errou o alvo no cabeceio. O árbitro viu falta de Helinho e paralisou o lance, mas o gol perdido pareceu incomodar a torcida.

Mas os torcedores só se irritaram para valer quando Claudio Winck segurou Diego Souza dentro da área, e o árbitro André Luiz de Freitas Castro não apitou o que seria um pênalti a favor do tricolor.

Por outro lado, Jardine não pôde escalar o lateral direito Bruno Peres (estiramento no anterior da coxa esquerda) e o volante Hudson (fadiga muscular). Para estas vagas, foram escolhidos Araruna e Liziero.

Reinaldo vira capitão, mas se despede de 2018

Ale Cabral/AGIF

Com a ausência de Hudson, Jardine precisou escolher outro jogador para ser o capitão. Reinaldo foi escolhido para assumir a responsabilidade. O lateral esquerdo, que estava com um aparelho de som reproduzindo forró em alto volume, também foi o único são-paulino a parar para conceder entrevista antes do jogo.

No entanto, sua jornada como capitão durou pouco tempo. Aos 34 do primeiro tempo, Reinaldo tentou simular um pênalti, ao mergulhar na área, e recebeu o cartão amarelo. Como estava pendurado, o ala cumprirá suspensão automática na última rodada, contra a Chapecoense, em Chapecó.

Discussão com Jardine esquenta jogo

Marcello Zambrana/AGIF

O São Paulo dominava as ações no segundo tempo até o clima esquentar. Matheus Peixoto caiu e pediu atendimento médico. Jucilei mandou a bola para fora e levou bronca do técnico André Jardine e de alguns colegas, que entenderam a postura do adversário como simulação para retardar o jogo. Os atletas do Sport discutiram com o treinador tricolor, e Michel Bastos contemporizou.

Jardine fez seu primeiro jogo depois de ser confirmado no cargo para 2019 e, segundo ele, não teve qualquer mudança de postura. “Não muda muita coisa. Eu já me sentia treinador neste momento porque a meta [de obter vaga direta para a Libertadores] foi dada a mim”, disse o treinador ao Premiere.

FICHA TÉCNICA
SÃO PAULO 0 X 0 SPORT

Data e hora: 26 de novembro de 2018, às 20h
Local: Estádio do Morumbi, em São Paulo (SP)
Árbitro: André Luiz de Freitas Castro (GO)
Auxiliares: Cristhian Passos Sorence e Leone Carvalho Rocha (ambos de GO)
Público e renda: 15.235 pessoas; R$ 199.006,52
Cartões amarelos: Reinaldo, Jean (São Paulo); Mateus Gonçalves, Jair, Matheus Peixoto (Sport)
Cartão vermelho: Claudio Winck (Sport)

SÃO PAULO: Jean; Araruna (Igor Gomes), Arboleda, Bruno Alves e Reinaldo; Jucilei, Liziero e Nenê (Trellez); Helinho (Antony), Diego Souza e Everton
Técnico: André Jardine

SPORT: Mailson; Claudio Winck, Adryelson, Ernando e Raul Prata; Marcão (Deivid), Jair, Michel Bastos (Hernane), Gabriel e Mateus Gonçalves; Matheus Peixoto (Marlone)
Técnico: Milton Mendes