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José Eduardo Martins
- Érico Leonan / saopaulofc.net
Rogério Ceni e Raí conversam durante treino do Fortaleza, neste ano
Identificado com o clube, ídolo incontestável da torcida, campeão da Série B com o Fortaleza e sem contrato assinado para 2019. Com tais credenciais, Rogério Ceni poderia ser colocado no topo da lista de todos dos candidatos a assumir o comando do São Paulo na próxima temporada. No entanto, após a queda de Diego Aguirre, o ex-goleiro nem sequer teve o seu nome cotado pelo departamento de futebol tricolor. O principal motivo para tal postura é o relacionamento ruim entre o presidente do clube, Carlos Augusto de Barros, o Leco, e o ex-goleiro.
A diretoria optou pela promoção do auxiliar André Jardine nos últimos cinco jogos do time no Campeonato Brasileiro. Caso ele tenha um bom desempenho, será mantido no cargo. O executivo de futebol do clube, Raí, é um dos principais incentivadores do gaúcho, de 39 anos. Apesar do excelente trabalho nas categorias de base do Tricolor, o técnico ainda enfrenta a desconfiança de alguns dentro do clube pela falta de experiência. Por isso, ainda não há uma certeza de que ele vai ser o comandante em 2019.
O UOL Esporte ouviu pessoas próximas a Rogério Ceni e integrantes do departamento de futebol são-paulino e confirmou que o ex-goleiro não deve nem sequer ser chamado caso Jardine não triunfe. Mesmo em alta no Fortaleza após a conquista da Série B, sua renovação de contrato é dada como incerta. O treinador quer garantia dos dirigentes cearenses de que vai ter um time para brigar no pelotão dianteiro da elite do nacional. Uma reunião será realizada nos próximos dias e, caso a conversa não agrade Ceni, ele e sua comissão técnica vão procurar outro clube.
Além do ex-goleiro, o Fortaleza conta com o preparador de goleiros Haroldo Lamounier, o assistente Nelson Simões, o supervisor técnico Charles Hembert e o preparador físico Danilo Augusto – todos com passagens pelo Tricolor. Até mesmo pelo carinho que o ex-goleiro nutre pelo São Paulo, um retorno ao Tricolor não é totalmente descartado, mas a relação com Leco é tão desgastada a ponto de fazer com que essa possibilidade seja encarada como quase nula.
Marcello Zambrana/AGIF
Atual presidente do São Paulo, Leco (foto) não conta com a simpatia de Rogério Ceni
Mágoa vem de 2017
Aos ser demitido em julho do ano passado, Ceni se sentiu traído. Ainda quando dirigia o time, ele passou a não compactuar com as atitudes da diretoria. As transferências de jogadores, como Thiago Mendes e Luiz Araújo, irritaram o ídolo. O ex-goleiro acredita ter sido utilizado como uma espécie de garoto-propaganda de Leco em sua campanha para a eleição presidencial, em abril. Após o treinador deixar o clube, o dirigente isentou a cúpula de qualquer culpa pela queda de resultados do time e chegou a criticar o ex-goleiro. Os dois também trocaram farpas em outras ocasiões.
Em entrevista ao UOL Esporte, em agosto do ano passado, o pai de Rogério, Eurydes Ceni, já achava improvável uma volta do filho ao Morumbi até o fim do mandato de Leco. “É difícil ele voltar ao São Paulo com o presidente até 2020. Ele demitiu e dificilmente vai querer ver ele voltar. Afinal, se eu sou dono de uma empresa e demito alguém, por que vou querer recontratá-lo?”, questionou, na ocasião. Até hoje, a situação parece não ter mudado.
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