Em três das últimas quatro rodadas, Tricolor dependia exclusivamente de seu resultado para voltar ao G4: não aproveitou nenhuma dessas chances. Garotos são a melhor notícia
Bastava vencer o Sport, forte candidato a disputar a Série B de 2019, para o São Paulo retornar ao G4 e chegar à última rodada do Brasileirão dependendo só de suas forças para se classificar diretamente para a fase de grupos da Libertadores. Mas o time, pela enésima vez na temporada, falhou em um momento decisivo. Agora, será preciso pontuar mais do que o Grêmio na última rodada.
Nenê, jogador mais experiente da equipe, foi símbolo de mais um fracasso ao cobrar muito mal o pênalti duvidoso que a arbitragem marcou aos 27 minutos do segundo tempo. Tornou-se o principal alvo da torcida, que pediu muito respeito com a camisa tricolor e disse estar cansada de time amarelão.
O São Paulo versão 2018 não soube decidir. Caiu de rendimento no momento em que poderia arrancar para o título, ganhou só um dos dez jogos que fez contra as cinco equipes que o acompanham no G6 (duas derrotas para o Palmeiras, um empate e uma vitória contra o Flamengo, uma derrota e um empate contra o Inter, uma derrota e um empate contra o Grêmio, uma derrota e um empate contra o Galo) e já vacilou em três rodadas em que só dependia de seu resultado para entrar no G4 e se aproximar do objetivo que restou no ano.
Em meio a tudo isso, é normal que o são-paulino se enfureça e feche os olhos para algumas boas notícias do jogo contra o Sport. Diga a um torcedor que foi ao Morumbi que o desempenho da equipe foi bom e receba, muito provavelmente, protestos ou risadas como resposta. Mas a verdade é que o Tricolor, embora tenha pecado no momento de decidir, foi um time incansável na busca pelo gol e criativo para fazer as oportunidades aparecerem. Foram oito lances claros de gol.
Parece um contrassenso, mas o São Paulo jogou mais futebol do que em algumas vitórias que obteve em seu melhor momento no Brasileirão. Mesmo Nenê, o vilão da partida, foi participativo e não se omitiu. E que fique claro: isso não é grande coisa, ainda mais quando o resultado não aparece, mas trata-se de um começo para um treinador que é fã do jogo propositivo.
Outro ponto positivo foi a atuação dos garotos. Araruna enfim fez uma partida convincente na lateral direita, que vinha sendo um ponto fraco com Bruno Peres, e Liziero comprovou o óbvio: para a proposta ofensiva de Jardine, não há volante com características melhores do que as dele no elenco. Helinho é um caso à parte. Habilidoso e corajoso, tem tudo para ser um referencial da equipe em 2019 se bem lapidado.
Por outro lado, o fato de estar recorrendo a essa altura do campeonato a garotos como ele, Antony e Igor Gomes, promovidos há pouco mais de dois meses, mostra que algo deu errado no planejamento do São Paulo.
Moldar um elenco em que os jovens sejam peças importantes, mas não os responsáveis por guiar o time, é a missão do São Paulo. O time que não soube decidir em 2018 precisa de jogadores acostumados a fazê-lo para não decepcionar em 2019.
FONTE: LANCE