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A Estação Morumbi do Metrô, inaugurada há apenas nove dias e ainda inacabada, em obras, está operando em fase de testes, com atendimento reduzido a cinco horas de funcionamento (das 10h às 15h), mas passou em sua maior prova até aqui. Neste domingo, a estação abriu novamente às 10h e só encerrou suas atividades às 21h. Com isso, os torcedores do São Paulo, maiores interessados, puderam utilizar o transporte alternativo para ir e voltar do estádio Cícero Pompeu de Toledo, onde o Tricolor recebeu o Flamengo às 17h.
O resumo foi satisfatório para todos os envolvidos. A ViaQuatro, concessionária que administra a Linha 4-Amarela do Metrô, afirmou, em contato com a Gazeta Esportiva, que cerca de 20 mil pessoas utilizaram a estação mais próxima ao estádio, sem qualquer problema ou anormalidade.
A reportagem esteve no local e notou a tranquilidade na estação, que parecia a serviço exclusivo dos são-paulinos neste domingo. Ainda assim, por causa da ausência de comunicação fixa, por meio de placas indicativas, um funcionário ficou à frente das catracas, recebendo os usuários com um megafone. “Evite filas. Compre seu bilhete antecipadamente. Melhor Saída para o estádio pelo seu lado esquerdo”, dizia, repetidamente, o homem.
A novidade agradou. O único ponto abordado em tom de crítica por um torcedor do São Paulo se deu em função do 1,5 Km de distância entre a estação e o estádio do Morumbi.
“É bom, porque você faz um pouco de exercício, mas, do ponto de vista urbanístico, está errado. Está longe do estádio”, comentou o sociólogo Rafael Clerice, 55, frequentador da casa tricolor há meio século.
A caminhada, mesmo debaixo de chuvisco, acabou sendo relevada. A vantagem financeira e de tempo convenceu os torcedores de que o metrô se tornou, para muitos, a melhor opção de transporte na região.
“Você está andando e daqui a pouco já está aqui (no estádio). Rapidão”, disse o estoquista Neilson dos Santos Oliveira, 23, antes de ter o discurso reiterado por um colega.
“Melhor coisa que fizeram foi a Estação Morumbi. Facilitou para muita gente. A gente descia no Anhangabaú e pegava um ônibus entupido (de pessoas) de lá para cá. Demorava uns 40 minutos. Eu venho de Mauá. Agora, 20 minutos, no máximo. Melhor jeito é vir de metrô mesmo”, afirmou o encarregado de estoque Vitor Augusto Custódio da Silva, 25.
O vigilante Marcos Almeida, 42, costumava enfrentar uma longa viagem a cada partida que decidia assistir in loco do seu time de coração. Agora, tudo ficou mais fácil.
“Experiência muito boa. Gostei. Fiz uma baldeação, rapidinho, e dá (estação) Luz para cá são 15 minutos. Antes dava trabalho. Eu descia no Tatuapé, de lá fazia baldeação no Terminal Bandeira, e a última opção era vir de carro, dependendo de algum amigo para poder vir. Era quase 2h30 (para chegar). Hoje, eu demorei 1h30 e gastei 15 mango (reais)”.
A reportagem falou ainda com alguns funcionários da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) e a percepção é de que ainda não foi possível sentir uma redução no número de veículos que circularam pela área do estádio, porém, acredita-se que essa seja uma tendência.
A partida entre São Paulo e Flamengo terminou empatada por 2 a 2 e recebeu 32.612 torcedores, ao todo.