Vaga na Libertadores, volantes e identidade são heranças de Aguirre no SPFC

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UOL

José Eduardo Martins
  • Marcello Zambrana/AGIF

    Diego Aguirre comandou o São Paulo depois da saída de Dorival Júnior, em março deste anoDiego Aguirre comandou o São Paulo depois da saída de Dorival Júnior, em março deste ano

Toda vez que um treinador é demitido por um clube no Brasil, já se começa a analisar quais foram os pontos em que ele errou. No caso de Diego Aguirre no São Paulo, a história não foi diferente. Perda de controle do vestiário, faltas de opções táticas e pouco aproveitamento da base apareceram como alguns dos motivos para provocar a queda do uruguaio. No entanto, nem todos se lembram da herança que o técnico estrangeiro deixou para o Tricolor paulista.

Dos 62 pontos que o time conquistou neste Brasileirão para garantir a vaga na Copa Libertadores de 2019, 58 foram sob o comando do uruguaio – os outros quatro vieram com o substituto André Jardine. Ou seja, a classificação para o torneio continental estava muito bem encaminhada pelo treinador, que até celebrou o feito na última segunda-feira (19), por meio de suas redes sociais.

Apesar de muitos críticos questionarem o fato de Aguirre utilizar poucas vezes os jogadores das categorias de base na equipe profissional, o uruguaio é o responsável por lançar duas das principais revelações do clube nesta temporada. Lizieiro ganhou a sua primeira chance logo depois da demissão de Dorival Júnior, em março. Não demorou e o jovem, de 20 anos, passou a ser figura frequente na equipe. No total, ele disputou 37 partidas e marcou dois gols.

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Outra boa novidade foi Luan. O volante, de 19 anos, ganhou uma oportunidade para estrear logo em um clássico. Na vitória por 3 a 1 sobre o Corinthians, no dia 21 de julho. Bem avaliado pela comissão técnica e pela diretoria, o meio campista recebeu até uma proposta para acertar a renovação do seu contrato, que era válido 30 de setembro de 2019 – agora passou até 31 de dezembro de 2022. Luan, no entanto, não vai mais defender o São Paulo em 2018 por causa de entorse no tornozelo direito.

Até o início do ano, uma das principais reclamações do departamento de futebol, que é chefiado pelo diretor executivo Raí, era a falta de identidade da equipe. Não havia empatia dos jogadores com o clube. Durante o Brasileirão, porém, os atletas ficaram mais identificados ao São Paulo. Em diversos momentos da temporada, o time também mostrou ter mais confiança no seu potencial, algo que não acontecia em anos anteriores.

Tal legado pode ajudar André Jardine a pavimentar o seu caminho como treinador do Tricolor. O clube ainda não oficializou quem será o responsável por dirigir o time em 2019. Técnico das categorias de base do São Paulo até o ano passado, Jardine é o favorito de Raí e de boa parte dos dirigentes. No entanto, ainda há quem prefira um treinador mais renomado para o cargo.