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Rafael Reis
Um dos principais jogadores do Al Ain, atual campeão dos Emirados Árabes Unidos e que faz nesta quarta-feira a partida de abertura do Mundial de Clubes da Fifa, contra o Team Wellington, da Nova Zelândia, o meia-atacante Caio Lucas era um estudante de ensino médio até cinco anos atrás.
Até aí, nada muito fora do comum, já que em 2013 o jogador brasileiro tinha entre 18 e 19 anos. O que diferencia o camisa 7 do clube árabe da maior parte dos seus compatriotas é onde ele estudava.
Crédito: Divulgação
Caio passou os últimos anos de sua vida escolar no Japão, usufruindo de uma bolsa concedida pelo Chiba Kokusai High School, colégio da cidade de Narita que costuma mandar olheiros ao Brasil uma vez por ano para captar atletas-estudantes aptos a reforçar seu time de futebol.
“Eu tinha acabado de ser dispensado das categorias de base do São Paulo. Essa foi uma luz no fim do túnel que apareceu para mim. Eles estavam fazendo testes em Birigui [a 513 km da capital paulista] e me deram cinco minutos para eu mostrar do que era capaz. Graças a Deus, deu certo”, afirmou.
O meia-atacante era um adolescente apenas 16 anos quando surgiu o convite de mudança para o Oriente. Seu pai o apoiou de imediato. Mas a dupla precisou convencer a mãe para que a viagem realmente acontecesse. “Cresci muito rápido por causa dessa experiência. Apesar de eu ser atleta, tinha que frequentar normalmente a escola. Tinha que estudar, tirar notas boas. Era tudo normal”, contou.
Logo depois de sair do colégio, Caio arranjou um contrato com o Kashima Antlers, um dos times mais poderosos do Japão e representante da Ásia no Mundial-2018. O brasileiro permaneceu por lá durante duas temporadas e meia, período em que ganhou um título da primeira divisão e o prêmio de calouro do ano do futebol nipônico (2014).
Em 2016, foi negociado com o Al Ain. Rapidamente, virou um dos nomes mais importantes da equipe. Na atual temporada, é o jogador do seu clube com mais passes para gol no Campeonato dos Emirados Árabes –sete assistências em 12 jogos.
O sucesso na Ásia despertou a atenção do futebol europeu. De acordo com vários veículos da imprensa portuguesa, o brasileiro está na mira do Porto e pode se transferir para lá na próxima temporada.
Segundo o jornal “A Bola”, um dos principais do país, o clube até enviou um representante aos Emirados Árabes para acompanhar Caio no torneio da Fifa e negociar sua transferência para 2019/20.
“É claro que quero jogar na Europa. Esse é o sonho de todo jogador, e comigo não é diferente. O Mundial é uma vitrine ótima para conseguir realizar esse objetivo”, completou.
Além de Al Ain, Team Wellington e Kashima Antlers, outros quatro clubes disputam a edição de 2018 da competição que reúne os campeões continentais do ano: Espérance (Tunísia), Chivas Guadalajara (México), Real Madrid (Espanha) e River Plate (Argentina). A final da competição está marcada para o dia 22 de dezembro, em Abu Dhabi.