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- Reprodução Instagram Reinaldo terminou a temporada como um dos destaques do São Paulo
“Foi o melhor ano da minha carreira até hoje”. Foi assim que Reinaldo, titular absoluto da lateral esquerda do São Paulo em 2018, definiu sua temporada quando questionado pelo Lance!. Em meia hora de bate-papo no CT da Barra Funda, enquanto tratava uma tendinite no joelho e ainda contava os dias para viajar de férias, o jogador de 29 anos citou alguns motivos para o sucesso individual.
O mais relevante deles está marcando no braço esquerdo: arco e flecha do Índio Condá e a inscrição “2017”, para lembrar para sempre da temporada que mais o fez amadurecer, em uma Chapecoense em plena reconstrução.
“Eu aprendi na Chape que deveria ser um cara mais maduro. Precisei saber lidar com as dificuldades, porque não era um ano fácil para nós. No começo foi tudo muito difícil porque a tragédia estava muito recente, os torcedores chegavam em nós chorando, pedindo para que fizéssemos algo bom por eles”, recorda o lateral esquerdo.
“Fomos campeões do Catarinense e conseguimos levar a Chape para a Libertadores no Brasileirão. Tenho certeza que levamos alegria para eles naquele ano de 2017. Fizemos a cidade sorrir de novo, isso foi muito importante. Marquei na pele, alguns outros jogadores também tatuaram. Foi um ano de muita alegria, em que tive de mostrar no dia a dia que podia ser uma referência”, lembra o camisa 14.
Mas a boa temporada de 2018 começou a ser construída antes disso. Antes mesmo do empréstimo para a Ponte Preta, em 2016. Quando soube que deixaria o São Paulo, Reinaldo colocou na cabeça que precisava trabalhar para voltar e mostrar o seu valor à torcida que tanto o criticou entre 2013 e 2015.
“Minhas temporadas passadas no São Paulo não tinham sido boas e, desde que eu saí, falava para meus familiares e para os mais próximos que eu iria voltar e fazer excelentes jogos. Aquele Reinaldo que estava no São Paulo não era o verdadeiro Reinaldo. Eu sabia do meu potencial”, conta ele, que diz nunca ter tido receio de reencontrar a torcida que o perseguia.
“Na minha vida gosto de deixar as portas abertas. Quando saí do São Paulo, não tinha carinho da torcida. Então coloquei na minha cabeça que iria voltar e que faria o torcedor acreditar em mim. Essa temporada foi boa, desde o primeiro jogo a torcida me apoiou. Isso foi muito importante para mim e também para todos os outros jogadores. Pude mostrar meu trabalho, mostrar o Reinaldo de verdade. Espero que 2019 seja melhor ainda”, disse.
O torcedor mais atento deve ter reparado que o Reinaldo de 2018 estava mais magro do que o Reinaldo das outras passagens pelo São Paulo. Mais veloz, com mais fôlego… Tudo isso foi fruto de uma mudança de rotina:
“Mudei na questão de se alimentar melhor, comer nos horários certos e fazer um bom café da manhã. Isso, eu aprendi com o Fernando [Piñatares, preparador físico de Diego Aguirre]. Devo muito a ele. Deu uma incrementada no meu futebol”, assegurou o lateral.
“No jogo contra o Ceará, peguei a bola no segundo tempo e dei uma arrancada. Nessa jogada saiu o gol. Eu sinto que mudou. O meu percentual de gordura também caiu bastante. Agora é manter o que a comissão técnica do professor Aguirre, com o Juan [Verzeri], o Fernando e o Enrique [Carreras], nos deixou como aprendizado. Agradeço a eles porque me ajudaram muito”, discursou o jogador.
Mas engana-se quem pensa que Reinaldo está satisfeito com os 48 jogos e três gols que acumulou em 2018. A nota que ele dá para o próprio ano é alta, mas ainda está longe da avaliação máxima.
“Creio que daria um 7 ou 7,5 como nota. Ainda tenho que melhorar muito e nós não ganhamos nada nesse ano, quando ganharmos um título, vou dar uma nota melhor”, acrescentou ele, já prevendo uma outra tatuagem marcante no futuro.
“Um dos meus sonhos é ser campeão com a camisa do São Paulo. Ter uma foto minha em um quadro no clube. Conquistar um título pelo São Paulo seria maravilhoso e tem espaço para uma tatuagem, sim [risos]”, encerrou.