Mauro Beting – UOL
Eu estava na final da Copa São Paulo de 1992 entre São Paulo x Vasco. Foi o primeiro torneio que comentei pela TV (Gazeta). Foi a primeira final da categoria que fiz em rádio (Gazeta).
Pela TV narrei a tragédia da morte de Rodrigo de Gasperi, 13 anos, no Majestoso semifinal no campo do Nacional, na briga entre torcidas. Um marco de sangue na violência submental.
Na decisão, o Vasco de Valdir Bigode e Leandro Ávila venceu nos pênaltis o favorito São Paulo de Catê e Alexandre. Os dois que seriam campeões da América no mesmo ano. Ambos morreriam em acidentes de carro. O goleiro Alexandre naquele mesmo ano. O veloz ponta Catê em 2011.
O reserva Doriva jogaria a Copa-98. Então não se imaginava capaz disso. O titular Emerson Pereira prometia mais no meio-campo tricolor.
Muita coisa muda. Para melhor como foi pra Doriva. Para pior como acabou não sendo a carreira de Catê. Ou a tragédia com Alexandre, que provavelmente mudaria a história de Rogério Ceni no Morumbi, e certamente a do São Paulo e do futebol mundial.
Não sabemos nada. E sei que ainda menos tenho ideia quando lembro que aqueles meninos que suaram no Pacaembu já beiram os 50, 27 anos depois.
O tempo passou e percebi. Só podiam ter me avisado antes.
Agora podemos apostar em Lucas Santos, abusado e hábil atacante do Vasco que só tem 1m64, mas joga e enxerga como gigante. Se ainda continuar no Vasco. Porque se o Vasco continuar assim, novos talentos vão continuar saindo a preço dos bananas que deixaram o clube assim.
No São Paulo pode ser Antony o nome. Tem talento. Sabe jogar. Se vai virar, ele e mais uma boa molecada, nem Pelé sabe.
A única coisa é que a gente envelhece. E aí enfim sabemos que não aprendemos nada. Mas mais do que a gente achava.