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“Momento histórico”. Essas palavras foram usadas pelo presidente do São Paulo, Carlos Augusto de Barros e Silva, e replicadas pelo diretor Raí e pelo próprio Hernanes durante a apresentação do jogador, na tarde de segunda-feira, em Orlando, nos Estados Unidos. Não são da boca para fora: o clube realmente acredita que uma nova era pode estar começando.
“Nós vivemos hoje um momento excepcional pela razão de reapresentar essa figura tão querida por toda a comunidade são-paulina. Há um ano, logo que o Raí chegou, ele veio e me deu a má notícia de que o Hernanes estava voltando para a China depois de um período de empréstimo muito importante para a nossa equipe. Isso nos trouxe um verdadeiro desalento, uma tristeza. Mas agora o Hernanes, o Profeta, definitivamente está no São Paulo. O São Paulo é definitivo nele. É com muita alegria que estou aqui participando desse momento histórico da vida do São Paulo, que faz parte do nosso projeto ambicioso”, disse Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco.
O São Paulo confia que Hernanes repetirá o que fez no segundo semestre de 2017, período em que ficou emprestado pelo Hebei China Fortune. E não só dentro do campo. Há um ano e meio, o camisa 15 conseguiu contagiar positivamente todo o grupo de jogadores: dava-se bem com os mais velhos, como Lugano e Lucas Pratto, e com os mais jovens, como Brenner. Sua liderança era vista nos discursos de vestiário, nas conversas do dia a dia e nos momentos de descontração, como os conhecidos “momentos proféticos” nas concentrações. O clima no CT da Barra Funda melhorou sem parar após a chegada do Profeta.
E há uma diferença animadora: se naquela época o São Paulo tinha um elenco mais fraco, com vários jogadores contratados com a temporada em andamento, agora o clube manteve a base da equipe que terminou o Brasileirão de 2018 em quinto lugar e foi buscar reforços importantes como Pablo, Tiago Volpi e o próprio Hernanes. A palavra mais falada no Tricolor neste início de pré-temporada é ambição. Se antes Hernanes ajudou os companheiros a entenderem que um rebaixamento seria trágico para o São Paulo, agora ele tenta mostrar que ser campeão é obrigatório.
“Vencer, para mim, é questão de obrigação. Ainda mais vestindo essa camisa. Essa camisa é muito pesada, muito grande para ficar tanto tempo sem conquistar um título. O que eu trago é a inconformidade com essa espera absurda de tempo sem títulos. Eu estou inconformado e é esse sentimento que quero transmitir todos os dias, treinando somente focado nos três pontos. Esse sentimento já é de grande valia. Às vezes estar vestindo essa camisa traz uma ilusão de que está tudo bem, tudo certo. Não, aqui no São Paulo só está tudo bem se a gente estiver ganhando”, disse o Profeta, que está com 33 anos.
“O Hernanes representa muito no São Paulo em termos de postura, liderança, identificação, é um ídolo da torcida. Estamos muito felizes”, resumiu Raí.
O São Paulo acreditava que Hernanes poderia ser o principal condutor do clube rumo a um novo momento vitorioso já em 2018. O contrato de empréstimo terminaria no meio da temporada, mas o Hebei China Fortune executou uma cláusula que solicitava seu retorno à Ásia em janeiro. Desde então, a diretoria são-paulina estava decidida a recontratar o ídolo quando fosse possível. Foi mais rápido do que o próprio Hernanes esperava.
“Sempre estive em contato com o Alê (Pássaro, gerente). Eu, para ser sincero, não acreditava que fosse acontecer já nesse momento, em 2019. Tinha mais um ano de contrato lá. Se fosse viável, sempre disse que seria um prazer retornar à minha casa. Esse monitoramento existiu, nunca perdemos o contato. Deu tempo de planejar e acertar todas as coisas com muita calma.
A reestreia do Profeta deve acontecer na quinta-feira, às 22h (de Brasília), quando o São Paulo estreia na Florida Cup contra o Eintracht Frankfurt (ALE).