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Valmir Storti
São Paulo é mais goleador quando visitante, o que poderá tirar a dúvida se era Pablo quem comprometia o desempenho do Athletico fora de casa ou se era o contrário.
O atacante Pablo, recém-contratado pelo São Paulo, disputou 135 jogos nas últimas três temporadas pelo Athletico-PR, marcando 33 gols e fazendo nove assistências para gols de companheiros, mas um ponto se destaca nos dados levantados pelo Espião Estatístico: nesses três anos, Pablo dependeu demais dos jogos em casa para se firmar como goleador, e no ano em que menos atuou como mandante, em 2017, seu desempenho despencou, o que levanta algumas questões: após ter um ano intenso em 2018, seu rendimento em 2019 vai se manter em alto nível ou terá uma nova queda, como em 2017? No São Paulo, o perfil caseiro se repetirá ou ele será mais contundente fora de casa, também? Até que ponto o gramado sintético da Arena da Baixada interferiu positivamente em seu rendimento? A perspectiva de Pablo no São Paulo foi assunto debatido no Troca de Passes.
Espião Estatístico analisa os números do atacante Pablo
Nas três últimas temporadas, não teve grandes históricos de casos clínicos. Sofreu uma lesão no músculo adutor da coxa esquerda em 2016, mas ficou uma semana apenas parado. E, em 2017, ficou 40 dias fora devido a uma lesão ligamentar no dedão de um dos pés, o que pode ter comprometido a sequência de seu ano.
Quando o assunto é Brasileirão, Pablo teve um bom desempenho em 2016, sendo o 14º jogador com mais gols (9) na competição, e muito bom em 2018, quando foi o terceiro maior goleador, com 12 gols. Nada mal. Só que entre as duas competições, seu rendimento despencou em 2017, fazendo um único gol em 22 jogos. Jogou 11 partidas a menos do que nos dois outros anos. Essa queda abre uma dúvida em relação a como será em 2019.
A maior diferença foi em 2017, a temporada em que Pablo jogou menos tempo como mandante e não fez qualquer gol na competição em casa, o que reforça a percepção de que ele é muito dependente dos jogos em casa para brilhar.
No ano em que Pablo menos atuou em casa, seu desempenho em campo despencou — Foto: Infoesporte
Nos três últimos Brasileirões, o atacante atuou por 7.172 minutos e atuando em casa fez um gol a cada 200 minutos em campo, marca que como visitante subiu para 753 minutos. Quando analisadas as temporadas completas, a diferença persiste: foram 10.833 minutos em campo, e um gol a cada 206 minutos quando mandante e a cada 710 minutos quando visitante. A diferença chega à casa dos 275%.
Em comparação com o Brasileirão, seu desempenho como artilheiro foi muito parecido quando analisados os anos completos — Foto: Infoesporte
A queda de rendimento em 2017 na comparação com os outros dois anos no Athletico-PR fica muito evidente quando analisada sua participação no total de gols marcados pela equipe considerando quando ele marcou e também as assistências que fez para companheiros marcarem.
Contando os gols que marcou as assistências que fez para companheiros marcarem frente ao total de gols da equipe — Foto: Infoesporte
O leitor mais atento percebeu que, em 2016, Pablo teve uma participação maior nos gols como visitante do que quando mandante, mas isso só aconteceu porque o desempenho de toda a equipe do Athletico-PR foi mal fora de casa marcando 27 gols em casa e apenas 11 fora de casa. Então um único gol tinha um peso muito maior como visitante do que como mandante. Por conta disso, consideramos mais precisa a comparação por minutos em campo para conseguir um gol.
Se era Pablo quem comprometia o desepenho da equipe fora de casa ou se era a equipe que não ajudava Pablo quando visitante, é uma incógnita que talvez seja esclarecida agora, no São Paulo. Sem contar os gols contra, o clube paulista marcou 136 gols nos últimos três Brasileirões, sendo 40% deles (54 gols) como visitante. Nas três últimas edições, o Athletico-PR fez 135 gols, e apenas 26% como visitante. No São Paulo, teoricamente, Pablo terá mais oportunidades quando visitante.
Participação em gols com assistências em cada temporada completa — Foto: Infoesporte