Atacante supera polêmica no São Paulo, mas ainda busca posição ideal

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UOL

Bruno Grossi e José Eduardo Martins

Marcello Zambrana/AGIF

A temporada começou com dúvidas sobre Gonzalo Carneiro. O uruguaio nem sequer foi utilizado na Florida Cup, sentiu que não teria espaço com André Jardine e, incentivado por parte de seus representantes, pensou em deixar o São Paulo. Chegou a não se apresentar para o jogo de estreia no Campeonato Paulista e a levar dura da diretoria tricolor. Passado pouco mais de um mês da polêmica, tudo mudou para o atacante.

Foram só três partidas disputadas em 2019, mas todas como titular. Sua média de tempo em campo se aproxima de 82 minutos. No ano passado, ela era de pouco mais de 32 minutos por jogo – ele atuou 15 vezes. O aumento nas chances recebidas passa por uma mudança de comportamento e também pela melhora física de um jogador que demorou quatro meses para estrear e sofria com uma lesão crônica no púbis.

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Durante a polêmica de janeiro, Carneiro foi repreendido pelos dirigentes, mas também recebeu um voto de confiança. O departamento de futebol do São Paulo acredita que o atacante de 23 anos tem potencial e tentou acalmá-lo diante da dúvida de não ter espaço com Jardine. O recado da diretoria falava em paciência e trabalho.

Carneiro realmente precisou esperar e só foi estrear na temporada na quinta rodada do Paulistão, quando o Tricolor venceu o São Bento por 1 a 0 no Pacaembu. O uruguaio foi um dos melhores em campo. Depois, teve atuação discreta na derrota por 1 a 0 para a Ponte Preta, em Campinas, e voltou a ter desempenho elogiado no revés por 2 a 1 para o Corinthians, em Itaquera.

A postura mostrada no clássico deu ainda mais moral para o atacante, que já vinha chamando a atenção nos treinamentos e agarrou a oportunidade dada pelo técnico interino Vagner Mancini. O coordenador técnico, que dirige o time até a chegada de Cuca, pensa em Carneiro como um segundo atacante, que abre na ponta quando necessário, mas que tem a liberdade para cair pelo meio e auxiliar Hernanes na criação.

Essa é uma função mais próxima do que era desempenhado por ele no Defensor, clube que representou desde a infância até ser comprado pelo São Paulo em 2018. Carneiro costumava jogar atrás de um centroavante, com movimentação nas costas dos volantes adversários e espaço para arrancar. Foi assim que construiu o lance que terminou em escanteio e gol de Pablo na Arena Corinthians.

Já no Tricolor, as primeiras chances dadas por Diego Aguirre apareceram quando o time estava perdendo e precisava povoar o ataque para tentar sufocar os adversários. Por hábito, Carneiro saía demais da área e não conseguia contribuir muito para o time. Só quando foi escalado junto de Diego Souza no ataque é que seu jogo começou a fluir mais.

A luta agora será por uma sequência ainda maior como titular, a começar pelo duelo de amanhã, às 17h, contra o Red Bull Brasil, no Morumbi, pela oitava rodada do Paulistão. Até hoje, a maior série de Carneiro como titular foi de quatro partidas, durante o Campeonato Brasileiro do ano passado. No geral, a maior sequência do uruguaio foi de oito jogos. Além disso, precisa ser mais eficiente. Afinal, tem apenas um gol e nunca deu uma assistência nas 18 vezes em que atuou pelo São Paulo.