Laços com família e discrição: como SPFC agiu para vencer disputa por Pato

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UOL

Bruno Grossi e José Eduardo Martins

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O São Paulo contou com um trunfo para vencer a concorrência com o Palmeiras e contratar Alexandre Pato. O estilo discreto adotado pelo executivo Raí proliferou pelo departamento e fez com que o rival fosse surpreendido. Desde o ano passado, sem fazer alarde, o campeão mundial de 1992 mantinha contato com o atacante e o seu pai, Geraldo Rodrigues.

Além de Raí, Alexandre Pássaro, gerente executivo, e outros funcionários que criaram laços com o astro ajudaram nessa reaproximação. Os contatos eram diários em alguns casos, tanto com o jogador quanto com o seu pai.

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Quando Pato teve folga no Tianjin Quanjian (China) e veio ao Brasil, em junho do ano passado, por exemplo, os tricolores mandaram confeccionar uma camisa personalizada para o jogador. Na oportunidade, eles também convidaram o atacante para visitar o clube, e deixaram claro que o Morumbi era a sua casa.

Já o Palmeiras apostou as suas fichas na relação do empresário do jogador, André Cury, com Alexandre Mattos, diretor de futebol do alviverde. O dirigente, porém, tem um estilo muito diferente de Raí. Mais objetivo, Mattos não conseguiu se aproximar de Pato e seus familiares. Essa relação de Pato com os são-paulinos também contou a favor da decisão do jogador.

O veredicto do jogador, que gostaria de atuar na cidade de São Paulo por causa da namorada Rebeca Abravanel, aconteceu logo depois que o Tricolor paulista aceitou mudar um termo de contrato. Ele não precisaria ter um acordo baseado em rendimento para assinar por três anos e nove meses.

A ideia inicial do São Paulo não era divulgar a contratação de Alexandre Pato na quarta-feira. A ideia era manter o foco na partida contra o Ituano, pelo Campeonato Paulista. No entanto, com o vazamento da informação, o clube confirmou a chegada do reforço antes de vencer e se classificar à semifinal do Paulista.

Euforia contida após contratação

Nos bastidores, o Tricolor também tenta conter a euforia com o reforço. A diretoria evita chamar de chapéu a vitória sobre o Palmeiras e adotou um discurso mais ameno. Segundo integrantes do departamento de futebol, a chegada de Pato em nada tem a ver com o arquirrival e se restringe ao trabalho do São Paulo.

No total, o clube do Morumbi vai pagar 8 milhões de euros (R$ 34,56 milhões) por todo o período de acordo, com 5,6% de comissão. O salário inicial do atacante será na casa dos R$ 300 mil. Desta maneira, ele vai receber metade do que o São Paulo gastava com Diego Souza – emprestado para o Botafogo. Ou seja, além de economizar, o São Paulo conseguiu iniciar uma mudança no perfil da sua equipe, algo solicitado pelo técnico Cuca.