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Rodrigo Capelo
Números foram apresentados pela diretoria ao Conselho Deliberativo na noite de quinta-feira. Entenda como funciona o mecanismo que será usado para recompor o caixa tricolor.
Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, presidente do São Paulo — Foto: Marcos Ribolli
O São Paulo aprovou na noite de quinta-feira as contas do presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, referentes à temporada de 2018. Também teve a aprovação de conselheiros para a proposta de captar dinheiro por meio de um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC). Os números foram publicados em primeiro lugar pelo Blog do São Paulo e confirmados pelo GloboEsporte.com com conselheiros presentes. Procurada pela reportagem, a diretoria são-paulina não quis se manifestar por entender que as informações expostas na reunião não são públicas.
O clube registrou superávit de R$ 7 milhões na temporada passada, além de R$ 410 milhões em receitas, e afirmou aos conselheiros ter reduzido seu endividamento. Dados que o blog tratará depois que tiver acesso ao balanço financeiro na íntegra, documento que a diretoria tricolor está obrigada por lei a publicar, para que o torcedor entenda o panorama.
Enquanto as contas aprovadas dizem respeito ao passado são-paulino, a proposta para a captação de crédito por meio do FIDC, também autorizada pelos conselheiros, tem a ver com o presente. A direção tem a expectativa de conseguir até R$ 37 milhões por meio desse fundo, dinheiro que será usado para arcar com despesas correntes e dívidas.
O fundo funciona como um meio para que pessoas, não necessariamente torcedoras, invistam no futebol. Elas colocarão o dinheiro delas no clube e poderão resgatá-lo depois de determinado período com juros e correção, assim como fariam em modalidades comuns de investimento, como o Tesouro Direto. A diferença é que o São Paulo garante o pagamento aos investidores com o contrato de televisão. Dessa característica vem o bonito nome “direitos creditórios”.
O São Paulo pode se beneficiar do FIDC ao conseguir crédito mais barato do que em bancos
O torcedor talvez já tenha ouvido falar em FIDC, mas não lembre, na época em que Paulo Nobre era presidente do Palmeiras. O bilionário decidiu colocar dinheiro do próprio bolso no caixa do clube alviverde, mas, para que o aporte não fosse configurado como doação, fez um empréstimo por meio de um fundo constituído especificamente para essa finalidade. Os R$ 200 milhões que o dirigente emprestou foram devolvidos a ele com percentuais das receitas palmeirenses.
O São Paulo pode se beneficiar da operação ao conseguir crédito mais barato. De acordo com apresentação feita a conselheiros, o clube se propõe a remunerar seus investidores com 160% do CDI, taxa de referência para instituições financeiras. O custo sobre a captação tende a ser mais baixo do que se o dinheiro fosse emprestado por um banco.
O principal desafio para a diretoria tricolor, a partir de agora, será encontrar investidores dispostos a colocar capital no FIDC. Diferente do Palmeiras, que tinha em uma pessoa só todo o crédito desejado, no presidente Paulo Nobre, o São Paulo abrirá cotas com investimento mínimo de R$ 200 mil e precisará vendê-las para concluir a operação
A mafia vai empaturrar de comissão de jogadores negociados.