Um mês após anúncio, o que já é possível saber sobre Cuca no São Paulo

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UOL/LancePress

Rubens Chiri/saopaulofc.net

Anunciado há um mês, em 14 de fevereiro, Cuca tem sido pouco visto e muito ouvido no São Paulo. Enquanto o interino Vagner Mancini tem autonomia total para conduzir a equipe no Campeonato Paulista – acumula uma vitória, dois empates e uma derrota até aqui -, o futuro treinador acompanha tudo à distância e dá as cartas na remontagem do elenco para o segundo semestre.

O time tricolor ainda não contratou nenhum dos reforços solicitados, mas os pretendidos dão a tônica do perfil desejado para o time: leve, com capacidade de marcar intensamente o adversário e sem muita grife. Os mais conhecidos da lista são o volante Tchê Tchê, do Dinamo de Kiev (UCR), e o atacante Keno, do Pyramids FC (EGI), ambos ex-palmeirenses. Róger Guedes também foi cogitado, mas é bem difícil tirá-lo do Shandong Luneng (CHN).

Alexandre Pato, que ainda não desistiu de deixar o Tianjin Tianhai (CHN) neste ano e tem muitos defensores no São Paulo, não é um nome que empolga o treinador. Além de saber que o clube precisaria pagar um salário robusto ao atacante, possivelmente inviabilizando a chegada de mais reforços, Cuca acredita que a equipe precisa mais de características como as de Keno, de drible, velocidade e intensidade pelo lado.

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Cuca tem ficado com a família, em Curitiba, para completar o período mínimo de repouso que o cardiologista Constantino Constantini estipulou após operá-lo, em dezembro. O problema não era grave, tanto que o técnico disse em sua apresentação, no dia 18 de fevereiro, que estava disposto a dar uma “antecipadinha” no prazo.

Depois de ser apresentado, ele não voltou a ser visto pelos jornalistas no CT da Barra Funda, mas esteve em São Paulo outras duas vezes para reuniões com a diretoria: a primeira em 26 de fevereiro e a segunda nessa quarta-feira, 13 de março. Nesses encontros, falou sobre o time leve que pretende montar, fez suas indicações e ouviu que será preciso reduzir consideravelmente os gastos mensais com salários para que reforços possam chegar, já que a situação financeira do clube não é boa.

Esse planejamento começou com a saída de Diego Souza para o Botafogo. Cuca disse que ele não se encaixaria na equipe que está sendo desenhada em sua cabeça e autorizou a diretoria a liberá-lo, o que resultará em uma economia de aproximadamente R$ 8 milhões com salários, luvas e outros encargos. Araruna tinha vencimentos bem mais modestos, mas só foi emprestado depois que o Fortaleza topou assumir 100% dos custos, liberando mais um espaço na folha são-paulina. Nenê ainda pode sair, embora as conversas com o Fluminense estejam estagnadas.

Mesmo que por telefone, Cuca fica por dentro de todas as negociações. Foi ele quem orientou os dirigentes a tentarem envolver o atacante Luiz Fernando, do Botafogo, nas tratativas por Diego Souza – o clube conseguiu apenas uma prioridade de compra para o futuro. Marquinhos Calazans, nome pedido ao Fluminense em troca de Nenê, também sem sucesso, é outro que teve sua chancela.

Daniel Cerqueira, auxiliar de Cuca em outros clubes, é o único membro da comissão técnica dele que já trabalha na Barra Funda. Ele tem papel importante na análise da própria equipe e dos adversários e mantém contato frequente com o chefe. Cuquinha, irmão e auxiliar mais direto, virá junto com o treinador.

O São Paulo continua esperando que Cuca inicie seu trabalho no campo em 15 de abril – ele só começará a receber salários quando assumir como treinador. Se o time chegar à final do Paulistão, será comandado por Mancini.

Enquanto isso, ainda não se tem notícias sobre o futuro de André Jardine. Ele ganhou férias após deixar o comando da equipe profissional e a ideia é de que continue no clube, provavelmente na base, embora haja a chance de vê-lo assumir a Seleção Brasileira Sub-20 em breve.

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