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Fábio de Mello Castanho*
A disputa dos Estaduais deste ano reservou aos finalistas dos principais torneios uma particularidade: a da transformação de jogadores que começaram o ano com pouco prestígio – ou até mesmo eram pouco conhecidos – e chegam à decisão como peças fundamentais de Corinthians, São Paulo, Flamengo, Vasco, Atlético-MG e Cruzeiro. Internacional e Grêmio também tiveram jogadores que se revelaram ao longo da competição, mas eles não ganharam a importância vista nos outros clubes.
O caso mais emblemático é o da final do Campeonato Paulista. De um lado, um São Paulo repleto de jogadores que no começo do ano quase ninguém apostaria que chegassem a uma final com tamanho destaque. Do outro, um Corinthians que tem como principal artilheiro Gustagol, que em sua primeira passagem foi um fiasco.
No jogo que abre a decisão, neste domingo, no Morumbi, o time titular do São Paulo terá as presenças certas de Luan e Antony, sendo que Igor Gomes e Everton Felipe, caso não iniciem o jogo, ao menos se transformaram em opções imediatas para Cuca. Em contrapartida, nomes como Jucilei, Nenê e Diego Souza, fundamentais em 2018, perderam prestígio, sendo que o atacante inclusive deixou o clube. Luan, por exemplo, chegou a ter oportunidades no último ano, mas longe da regularidade que ganhou com Vagner Mancini. Ao voltar do Sul-Americano Sub-20, o volante conquistou espaço e deixou o antes titularíssimo Jucilei no banco. Tem ao lado no meio-campo Liziero, que confirmou a ascensão do último ano e hoje também tem lugar cativo no time.
Completando a boa fase dos meninos de Cotia, Igor Gomes foi integrado ao elenco após o Sul-Americano Sub-20 e brilhou nas quartas de final contra o Ituano, marcando os dois gols no Morumbi. Virou titular, assim como Antony, atacante que se destacou na conquista da Copa São Paulo deste ano, pulou degraus e tem sido o principal jogador do time nas últimas partidas. Aos 19 anos. Everton Felipe, por sua vez, teve um primeiro ano sem destaque no São Paulo e começou 2019, para muitos, como carta fora do baralho. Passou a ser utilizado com frequência por Vagner Mancini, jogou de titular e inicia a final valorizado, embora sem o protagonismo dos garotos de Cotia.
Pelo lado do Corinthians, Gustagol voltou credenciado pela excelente campanha na Série B com o Fortaleza, mas ainda sob desconfiança da torcida pela primeira passagem frustrada em 2016. Mesmo com a concorrência de Boselli e Vagner Love, agarrou a titularidade e só não participou de 4 jogos por lesão. Marcou oito gols em 18 partidas oficiais no ano, deu duas assistências e inicia a decisão como principal esperança de gol corintiana.
Clayson hoje não tem o mesmo protagonismo de Gustagol, mas o Paulista não deixa de ser uma redenção a ele. Esteve próximo de ir para o Atlético-MG e terminou 2018 criticado pela torcida, mas ganhou atenção especial de Carille. Com sequência, brilhou nas quartas de final contra a Ferroviária a na primeira semifinal contra o Santos, virando peça fundamental para a decisão.
Quem também mudou de status em três meses foi o lateral esquerdo Danilo Avelar. Autor de gols decisivos e mostrando regularidade, o jogador passou de contestado a preocupação para o clube, mas por causa do fim do empréstimo na metade do ano. O técnico Fabio Carille pediu e o presidente Andrés Sanchez já trabalha pela compra em definitivo do jogador junto ao Torino.