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Grande parte da mudança de rumo do São Paulo se deve ao fato de o novo comando técnico ter apostado na juventude como remédio para a grande crise atravessada pelo elenco no início da atual temporada. Se antes André Jardine apostava em jogadores mais tarimbados, embora fosse profundo conhecedor das categorias de base do clube, Vagner Mancini e, mais recentemente, Cuca resolveram acionar a garotada de Cotia para tentar devolver o orgulho aos torcedores são-paulinos.
Para se ter uma ideia, a média de idade do São Paulo comandado pelo técnico André Jardine em seus oito jogos oficiais à beira do campo era de 28 anos. Curiosamente, a equipe mais velha a entrar em campo durante o período em que ele comandou o Tricolor foi aquela derrotada por 2 a 0 para o Talleres, no jogo de ida da segunda fase da Pré-Libertadores. Na ocasião, o time tinha uma média de idade de quase 30 anos (29,9).
Passada a demissão de Jardine, o São Paulo decidiu colocar Vagner Mancini, então coordenador técnico, na vaga de treinador de maneira interina, já que Cuca, prioridade da diretoria, só poderia assumir a equipe em abril por conta de um tratamento cardiológico. Tendo de “segurar a onda” por nove jogos, incluindo as quartas de final e o jogo de ida da semifinal do Paulistão, Mancini deu início à uma grande transformação do Tricolor.
Certo das mudanças que precisavam ser feitas na equipe e em contato frequente com Cuca, o treinador interino do São Paulo sacou Nenê e Jucilei do time titular, teve de lidar com a saída de Diego Souza, artilheiro tricolor em 2018, para o Botafogo, e apostou em jovens com pouca ou nenhuma experiência no profissional para estancar a crise. O Tricolor sofreu, é verdade, mas, no fim, garantiu a vaga para o mata-mata do Campeonato Paulista com uma média de idade de 25,3 anos, quase três a menos que a média dos tempos de André Jardine.
E então chegou a vez de Cuca. Assumindo a equipe no jogo de volta da semifinal do Paulistão contra o Palmeiras, o treinador apenas manteve o trabalho que vinha sendo feito por Mancini. Por conta de alguns desfalques na reta final da competição, o novo comandante são-paulino até acionou jogadores mais experientes, incluindo Jucilei na decisão em Itaquera contra o Corinthians, mas os jovens seguiram como protagonistas, e a média de idade praticamente inalterada nesses quatro jogos se comparada à de Mancini (25,4 contra 25,3).