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Bruno Grossi
Quando foi eliminado da Copa Libertadores da América, o São Paulo colocou como objetivo tornar seu elenco mais leve, jovem e veloz. A transformação começou a ser feita no Campeonato Paulista e a segunda colocação no torneio pode ser considerada prova de que a aposta é certeira. Por outro lado, o time acabou apresentando alguns deslizes pela falta de maturidade, algo que Cuca tenta combater para o início do Campeonato Brasileiro.
Na estreia, às 16h de hoje contra o Botafogo, no Morumbi, o técnico já apresentará um São Paulo um pouco mais experiente. Parte pelas lesões de Luan e Liziero, parte pela presença de reforços de peso contratados para a Série A, como Tchê Tchê e Alexandre Pato. Mas a essência segue a mesma: a busca por uma equipe rápida, que consiga envolver os adversários. Só que, agora, com um pouco mais de malandragem.
Cuca deixou a Arena Corinthians no último domingo frustrado e, de certa forma, indignado com a ingenuidade de um time que se lançou ao ataque nos minutos finais de um clássico, se posicionou mal para recompor a defesa e acabou castigado pelo gol rival. A bronca do técnico passa pela decisão de Tiago Volpi cobrar uma falta para a área, já na altura do meio de campo, e chega no avanço desnecessário dos volantes e laterais com tão pouco tempo para a final terminar empatada.
Com Tchê Tchê e Pato, a expectativa é que o time ganhe um pouco mais de casca para encarar momentos como esse. E não é que os garotos sejam vistos como culpados pelo que aconteceu no último domingo. Pelo contrário. Eles estão com crédito pela postura mostrada no mata-mata do Paulistão. Mas para conseguir brigar bem no Brasileirão, o São Paulo entendeu que precisaria de mais.
O clube tem exaltado muito, por exemplo, o perfil de Tchê Tchê. Polivalente, sem histórico de lesões e com dois títulos brasileiros nos últimos três anos. Um como titular e intocável no Palmeiras de Cuca, em 2016, e um como mero coadjuvante, em 2018, também pelo rival alviverde. E Pato, já perto dos 30 anos, dá o peso que andava faltando para o ataque do time ser mais imponente para os adversários.
A diferença de tê-los como referência para o que era visto com Nenê e Diego Souza em 2018 é grande. São jogadores mais novos, mais próximos do auge físico na carreira e que podem exercer muito mais funções em campo. Além disso, se encaixam bem em times que gostam de trabalhar a bola e jogar em velocidade. Basta lembrar como Pato brilhou em 2015 sob o comando de Juan Carlos Osorio.
Além disso, dar espaço à dupla não significa brecar o crescimento dos mais jovens. Igor Gomes segue deixando Hernanes no banco de reservas. E Antony é visto como ponto de desequilíbrio do time na ponta direita. Se alguém for sair para dar lugar a Vitor Bueno, outro reforço que se encaixa nesse perfil e que está à disposição hoje, provavelmente será Everton.
SÃO PAULO X BOTAFOGO Data e hora: 27/04/2019, 16h (de Brasília) Local: Morumbi, em São Paulo (SP) Árbitro: Caio Max Augusto Vieira (RN) Auxiliares: Guilherme Camilo e Sidmar dos Santos Meurer (MG) São Paulo: Tiago Volpi, Igor Vinicius, Arboleda, Bruno Alves e Reinaldo; Hudson, Tchê Tchê e Igor Gomes; Antony, Alexandre Pato e Everton Técnico: Cuca Botafogo: Gatito. Marcinho, Carli, Gabriel e Jonathan; Bochecha; Cícero, João Paulo, Wenderson e Pimpão; Erik Técnico: Eduardo Barroca.