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José Victor Ligero e Marcelo Baseggio
Everton Felipe foi titular do São Paulo nos jogos decisivos da equipe no Campeonato Paulista. Passado o vice-campeonato estadual, o meia-atacante espera manter a ascensão pelo Tricolor agora no Campeonato Brasileiro, competição na qual ele terá de lidar com a forte concorrência no ataque.
Ainda sem conseguir mostrar o futebol que gerou o interesse de diversos clubes quando ainda estava no Sport e, mais recentemente, do Santos – o jogador recusou a proposta para permanecer no São Paulo -, Everton Felipe vem recuperado sua confiança desde que recebeu do então técnico interino Vagner Mancini a tão sonhada oportunidade no time titular, e justamente na fase decisiva do Campeonato Paulista.
O camisa 18 entrou no segundo tempo do jogo decisivo contra o São Caetano, em que a classificação para o mata-mata do Paulista estava em jogo, e acabou se firmando entre os 11, se tornando titular nas partidas contra o Ituano, pelas quartas de final, contra o Palmeiras, pela semifinal, e também contra o Corinthians, nas duas decisões. Contra o Verdão, inclusive, o atleta não conteve a emoção, indo às lágrimas após converter sua cobrança nos pênaltis.
“Em relação ao ano passado meu futebol evoluiu. Tive uma boa sequência, não fiz nenhum gol nas partidas em que joguei, e isso acaba atrapalhando um pouco, porque sou um atacante e preciso fazer gol. Ajudei na parte tática, mas também não fiz [gol]”, avaliou Everton Felipe, em entrevista à Gazeta Esportiva.
“Quando você fica cinco, seis partidas seguidas sem fazer gol, apaga um pouco o que você faz em campo. Acho que fui bem, mas também posso melhorar muito, ainda não mostrei aquele futebol do Sport. A tendência é que eu melhore, porque, se piorar mais, não vou jogar. É tentar melhorar e evoluir para ajudar a equipe”, acrescentou o jogador.
As atuações aguerridas no Estadual, entretanto, não garantirão lugar cativo a Everton Felipe no time titular. Com a chegada de Alexandre Pato, Everton de volta à sua plena forma física, e Rojas finalizando sua recuperação, o atacante terá de brigar com unhas e dentes com a forte concorrência para se manter entre as principais opções. Nada que seja problema para ele, hoje com a auto-estima mais elevada e ciente do que pode dar ao time do técnico Cuca.
“Faz parte, futebol é momento. Quem tiver em melhor fase vai jogar. Futebol é muito dinâmico. Tem que aproveitar as oportunidades, conseguir ir bem nos jogos para alcançar a condição de titular”, afirmou.
Nesta sexta-feira, o São Paulo finaliza sua preparação para a estreia no Campeonato Brasileiro. Embora o técnico Cuca não tenha dado muitas pistas em relação à equipe que enfrentará o Botafogo, sábado, no Morumbi, a tendência é que o setor ofensivo seja composto por Antony, Alexandre Pato e Everton, fato que não incomoda Everton Felipe, ciente de que a competição por pontos corridos é longa o suficiente para ele seguir dando sua contribuição ao Tricolor.
“Ele [Cuca] montou o time, e eu estou no reserva. Então é estar trabalhando para ter uma oportunidade novamente”, afirmou, antes de projetar o confronto com a equipe carioca. “Vamos jogar em casa e temos que começar ganhando. Não ganhamos o título paulista, então temos mais obrigação ainda de ir bem no Brasileiro”, frisou.“Eu tenho 21 anos apenas, mas já joguei três Brasileiros. É tentar começar ganhando do Botafogo e procurar pontuar nos jogos fora de casa”, receitou o camisa 18, para quem o Tricolor está entre os postulantes ao título. “Independentemente da fase que o clube vive, o São Paulo é favorito em qualquer competição que vai disputar”, disse.
“Mas temos que ter a consciência de que há times em melhor fase. No Brasileiro tem uns 12 ou 13 clubes favoritos. É um dos campeonatos mais difíceis do mundo. Não são só cinco ou quatro que podem ser campeões. Corinthians, Cruzeiro, São Paulo, Grêmio, Inter, Flamengo, Fluminense, Vasco, Botafogo, Palmeiras e Santos: todos esses podem ser campeões”, concluiu.