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Assim é a rotina no Brasileirão: Santos e São Paulo ainda estão entre os cinco primeiros colocados ao final da sexta rodada, mas não é que seus torcedores estejam tão satisfeitos assim. O que era empolgação há questão de semanas virou agora preocupação. A pressão voltou para a dupla San-São. Já o Cruzeiro? Aí já dá para falar em crise, mesmo, após a quinta partida seguida sem vitória e a quarta derrota em cinco rodadas.
Na saída do Paulistão, ao eliminar o Palmeiras e fazer final equilibrada com o Corinthians, o São Paulo passava a impressão de que estava encontrando sua trilha. Importante, depois de ter penado no início da temporada, sendo eliminado de modo precoce da Copa Libertadores e tendo demitido o técnico André Jardine. O coordenador Vágner Mancini fez a transição até que Cuca pudesse assumir, e havia razão para otimismo. Mais reforços estavam chegando!
Acontece que agora o time não consegue mais fazer gols. Em seus últimos três jogos, não marcou nenhum, incluindo aqui derrota no Morumbi para o Bahia pela Copa do Brasil. Se estendermos a pesquisa para os últimos cinco jogos, foram apenas dois gols anotados. O período de seca envolveu neste domingo o “Majestoso” contra o Corinthians, em derrota por 1 a 0 fora de casa. Já são, então, oito clássicos neste ano para os são-paulinos e nenhuma vitória (cinco reveses e três empates). Em Itaquera, são 12 jogos sem triunfo. Não tem humor que resista.
“Deu uma caída nesses dois últimos jogos e temos que recuperar o quanto antes. O time sente, por ser uma equipe jovem, é natural. Vai render cada vez mais, à medida em que tiver conhecimento maior um do outro. A gente sabe o que falta, vamos atrás”, disse Cuca. “Mas não adianta pôr fogo em Roma, ficar culpando todo mundo. O maior culpado é quem escala.” A situação do Santos é semelhante. A equipe de Jorge Sampaoli também não faz gols há três partidas, assim como foi derrotada em um clássico (goleada pelo Palmeiras). Antes praticamente uma unanimidade, o argentino começa a ter de responder sobre o desempenho dos atletas em campo.
Curiosamente, ele repete uma demanda de Cuca no São Paulo: a contratação de um centroavante. A diferença é que sua requisição vem desde o início do ano. “Buscamos jogadores que tenham característica de fazer gol. Há cinco meses que pedimos centroavantes, para que a equipe tenha essa opção. Isso pode modificar situações de jogo, por isso pedimos à diretoria a contratação de jogadores que tenham esse perfil”, disse.
De novo: com 11 pontos cada, o São Paulo está na quarta posição, enquanto o Santos aparece em quinto. O problema é que o Palmeiras já vai desgarrando na liderança, com 16, ao mesmo tempo em que o Corinthians entrou na disputa, superando-os pelo em gols marcados e saldo de gols, respectivamente. Pensando na tabela, o problema do Cruzeiro já é maior. O clube vai despencando rodada a rodada e agora é o 16º depois de perder para a Chapecoense em Belo Horizonte. Seria difícil, porém, terminar a rodada na zona de rebaixamento, dependendo de grandes goleadas de Avaí e CSA nesta segunda-feira (27).
Mais que a colocação num campeonato que ainda terá mais 32 jornadas, porém, o que chama a atenção é a queda de rendimento: já são cinco partidas seguidas sem vitória, com quatro derrotas (incluindo Copa do Brasil e Libertadores). É uma virada, e tanto, para o técnico Mano Menezes, depois de ouvir em abril que sua equipe, campeã mineira, jogava o melhor futebol do país.
No cargo desde julho de 2016, o técnico Mano Menezes enfrenta seu pior momento e segue em busca de soluções. “Essa responsabilidade é minha, não funcionou bem mesmo no primeiro tempo, com um time que tinha cinco meias e teve dificuldade para criar. Estamos passando por um momento difícil. A responsabilidade é muito minha. Os jogadores têm qualidade e podemos melhorar muito ainda”, afirmou.