Lugano fala sobre Sócrates, política, cultura, Uruguai e futebol: “Morria de medo do Brasil”

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GloboEsporte.com

Leonardo M. Bianchi

Cléber Machado recebe o ex-jogador e hoje superintendente de relações institucionais do São Paulo no podcast “Hoje Sim”.

Ídolo e ex-capitão do Uruguai. Ídolo campeão do mundo pelo São Paulo: Diego Lugano é o convidado de Cléber Machado no “Hoje Sim” desta semana, podcast produzido pelo GloboEsporte.com.

Hoje superintendente de relações institucionais do clube, Lugano fala sobre os grandes momentos da carreira como jogador do São Paulo, clube em que foi campeão Paulista, da Libertadores e Mundial, tudo após ser considerado o “jogador do presidente” logo ao chegar no Morumbi.

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Conhecido pela raça dentro de campo, que renderam ao ex-zagueiro o apelido de “Dios” pela torcida são-paulina, o uruguaio negou que fosse violento com as “luganadas”, como ficaram conhecidas suas entradas mais fortes em rivais.

“Não vou falar que sou um santos, mas muito menos que sou um carniceiro” – se defende o ex-zagueiro que teve passagens pelo São Paulo, Fenerbahçe , PSG e seleção uruguaia.

Lugano é ídolo no São Paulo, onde ganhou o apelido de "Dio5", em referência ao número que usou durante toda a carreira no Tricolor — Foto: reprodução

Lugano é ídolo no São Paulo, onde ganhou o apelido de “Dio5”, em referência ao número que usou durante toda a carreira no Tricolor — Foto: reprodução

Política, cultura e Sócrates

Entusiasta das mudanças no futebol uruguaio e sul-americano, Lugano foi um dos líderes da geração de jogadores que vem revolucionando o futebol no país, brigando por mudanças em cessão de direitos de transmissão e relações institucionais – há pouco menos de três anos os atletas ameaçaram não entrar mais em campo pela seleção do Uruguai, e há dois anos entraram em greve e paralisaram uma rodada do campeonato nacional.

Nacional e Peñarol durante greve no Uruguai — Foto: Divulgação/@MUQN_UY

Nacional e Peñarol durante greve no Uruguai — Foto: Divulgação/@MUQN_UY

Lugano ainda fala sobre Sócrates, ídolo do rival Corinthians, mas que teria inspirado algumas das lutas dos uruguaios, lembrando também que o futebol foi (e é) um dos principais produtos de união nacional e sentimento de pertencimento no Uruguai, lamentando a falta de apego dos brasileiro hoje com a seleção brasileira.

Para o ex-capitão da Celeste, o Brasil perdeu um pouco do respeito que obteve do mundo após a conquista do penta, em 2002.

– A gente morria de medo de jogar contra o Brasil, por medo de passar vergonha futebolisticamente mesmo (…) A gente cagava de medo dos brasileiros, de tomar chapéu, caneta, de passar vergonha, esse era o tipo de respeito que o futebol brasileiro tinha (…) eu acho que hoje tem menos (respeito).