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José Eduardo Martins
A dedicação de Tiago Volpi nos treinamentos chamou a atenção dos integrantes do departamento de futebol do São Paulo. Todos os dias, o goleiro é o primeiro a chegar e o último a sair do CT da Barra Funda. Por isso, é inevitável que funcionários do clube vejam semelhanças com a rotina de um goleiro que marcou história no Tricolor paulista, Rogério Ceni.
“Treino sozinho mesmo. Eles [integrantes departamento de futebol] me dão o consentimento e acho que encaram de maneira positiva, porque deixam eu fazer desta maneira. E não é algo que estou inventando, já vinha fazendo desse jeito no México e dava resultado. Espero fazer assim se o corpo deixar até o fim da minha carreira”, disse Volpi, que deve ser titular do São Paulo amanhã, contra o Bahia, pelo Campeonato Brasileiro.
Segundo o relato de pessoas que integram a rotina tricolor, Volpi já chegou a ficar até quatro horas a mais do que o período previsto no CT da Barra Funda. Tal dedicação rendeu elogios internos e de torcedores. O jogador, de 28 anos, tem vínculo com o Tricolor paulista só até o fim desta temporada e vê com bons olhos a possibilidade de ficar no Morumbi por mais tempo.
“Ainda tenho sete meses de contrato, um Campeonato Brasileiro longo pela frente e a Copa do Brasil. É complicado pensar no futuro. É lógico que por se tratar de São Paulo, um clube gigante como esse, a gente sempre vai querer permanecer. Eu tenho que neste momento trabalhar dia a dia, e procuro fazer as coisas corretamente, para em dezembro ter a oportunidade de seguir ou não. Mas é lógico que anima muito a possibilidade de poder ficar”, afirmou o goleiro. Confira alguns trechos da entrevista com Tiago Volpi:
Análise individual Acho que nunca podemos estar contentes, temos sempre de buscar a evolução. Penso que posso render mais. A cada jogo que tenho feito, a confiança sobe mais, e cada vez tenho melhores atuações dentro de campo. Espero que com o passar dos jogos, a evolução possa aumentar. Para eu não ficar estacionado.
Hora extra Gosto de fazer as coisas de maneira tranquila, sempre passo na academia antes de ir para o campo. Para não fazer tudo apurado, acabo chegando antes para dar tempo de fazer tudo certinho. É algo que tenho feito nestes últimos três anos da minha carreira. Quando estava no México, no Querétaro, eu levei um profissional para lá. A ideia era ter esse algo a mais. Como eu me acostumei a fazer desse jeito e me sinto bem, continuo assim.
Acho que o atleta de alto rendimento precisa ter o algo extra. Faço deste jeito por isso. Aqui eu não tenho um profissional que seja exclusivo para mim. Mas faço esse complemento do trabalho com o que já tinha e com o que os profissionais daqui me passam, para entrarmos em um acordo e construímos um trabalho para antes e depois do treino.
Relação com a torcida Tem sido muito legal. Em todos os lugares em que vou, eu tenho sido tratado com respeito e carinho. O pessoal se lembra principalmente da semifinal do Paulista com o Palmeiras, pelo fato também de nunca termos ganhado lá dentro [do Allianz Parque] e por termos eliminado eles, com os dois pênaltis defendidos. O pessoal sempre se lembra com bastante carinho. Então essa relação Volpi com o torcedor tem sido muito legal.
Melhor partida pelo São Paulo Acho que essa partida com o Palmeiras foi marcante pelos pênaltis, mas tiveram outros jogos. Acho que contra o Red Bull, se você analisar os 90 minutos, foi o jogo mais completo. Mas é lógico que o do Palmeiras foi o mais decisivo e marcante.