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José Eduardo Martins
O torcedor do São Paulo não se mostrou satisfeito com os seus goleiros nos últimos anos. Depois da aposentadoria de Rogério Ceni, no fim de 2015, Denis, Sidão e Jean tiveram dificuldades na posição. Agora, mesmo com o Tricolor sem vencer há cinco jogos e em crise desde a eliminação da Copa do Brasil, o arqueiro não é motivo de preocupação. Em boa fase, Tiago Volpi foi o destaque positivo da equipe do técnico Cuca no empate por 1 a 1 com o Cruzeiro, ontem, no Pacaembu, pelo Campeonato Brasileiro.
Não fosse a boa atuação do goleiro, que recebeu elogios dos companheiros e da comissão técnica, o time poderia ter saído com uma derrota em casa. Volpi está emprestado ao São Paulo até o fim deste ano e já demonstrou o desejo de permanecer no clube. No dia a dia, ele também se destaca por treinar mais do que a maioria dos colegas e por imprimir uma rotina parecida com a de Ceni.
“É tratar de ter tranquilidade. Sabemos que temos a pressão por resultados. Acreditar no que fazemos todos os dias, porque essa nuvem vai sair. É tratar de acreditar no trabalho, não desistir e ter fé. Eu me baseio nisso”, disse Volpi. “Foi uma partida boa, com as defesas aparecendo. Acho que sim, pode ser considerado o meu melhor jogo com a camisa do São Paulo. Mas faz parte do jogo. Fui exigido um pouco mais do que o normal”, completou o arqueiro.
Reconhecimento A atuação de Volpi na partida de ontem, contra o Cruzeiro, rendeu elogios não só de seus companheiros e da comissão técnica. Torcedores e a imprensa também destacaram o arqueiro.
Pressão da torcida e brigas O torcedor do São Paulo protestou contra o time nos últimos dois dias. Antes do jogo com o Cruzeiro, integrantes de uma organizada brigaram, e 57 pessoas foram detidas. Os jogadores dizem entender as críticas pelo momento que o clube enfrenta. Nos próximos dias, o time deve encarar mais pressão, mas a confiança do elenco é grande para dar a volta por cima. “Não estamos felizes com esses resultados, não estamos em um bom momento. Então é compreensível, o torcedor tem todo direito de xingar e protestar”, disse Hernanes.
“Falo em nuvens no São Paulo porque tivemos duas eliminações, perdemos a final do Paulista, mas tudo mudou muito rápido, em dez dias. Até jogarmos com o Bahia e empatarmos, nós jogávamos para sermos líderes. Tudo estava muito bem. Em uma semana mudou tudo. Por isso que digo que não podemos criar uma tempestade. Podemos mudar tudo outra vez em uma semana”, falou Volpi.
Falta de um camisa 9 O técnico Cuca ainda sente falta de um centroavante. Sem ter o chamado atacante referência, o treinador precisa improvisar Alexandre Pato no setor. O clube observa no mercado opções para contratar durante a pausa no Brasileirão para a disputa da Copa América. “O que eu peço para o Pato é que ele flutue entre as linhas do zagueiro e do volante, que não jogue de costas. O gol foi assim. Mas temos de oferecer uma bola boa para ele. Não adianta lançar do zagueiro ou goleiro. Tem de ser do 9 para o 10 para que ele possa trabalhar. Espetamos muita jogada direta, que não é o que queríamos e o que treinamos. Queríamos facilitar o trabalho dele”, disse Cuca.
“Estou jogando ali porque o Cuca pediu para jogar, não temos um centroavante. Quero fazer o melhor para o clube, eu estou me esforçando. Temos de jogar mais, chegar mais no ataque. Sigo as orientações do treinador. Se quer que eu jogue de 9, vou jogar. Ficou feliz pelo gol, mas triste pelo empate”, afirmou Pato.
Quem desfalca e quem está pendurado para o jogo com o Avaí Cuca não poderá contar com Igor Vinícius. O jogador foi expulso no fim do jogo com o Cruzeiro e cumpre suspensão automática na próxima rodada, no duelo com o Avaí. O zagueiro Anderson Martins está pendurado com dois cartões amarelos. O treinador também não pode escalar Antony (com a seleção olímpica), Arboleda (com a seleção equatoriana), Pablo (cirurgia na região lombar da coluna), Liziero (entorse no tornozelo direito) e Rojas (cirurgia no joelho direito).
