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Marcelo Hazan
Clube busca dinheiro imediato para quitar débito com atletas. Empréstimos com bancos a serem ratificados em votação do Conselho Deliberativo não influenciam na situação.
Paulo Fischer / Estadão Conteúdo
O São Paulo tenta resolver seu problema de fluxo de caixa para pagar os direitos de imagem atrasados dos jogadores. Há parcelas em débito entre dois e três meses, de acordo com a situação de cada atleta.
O Tricolor costuma pagar pacotes de três meses para jogadores que recebem parte dos salários nos direitos de imagem. O atraso com os atletas gera insatisfação e atrito nos bastidores da diretoria.
Não há uma previsão clara de quando o São Paulo quitará a pendência, embora o clube acredite que a situação financeira para o segundo semestre estará controlada.
O pagamento deste atraso nos direitos de imagem dependerá da entrada de dinheiro imediato no caixa do São Paulo. Seja por antecipação de receitas, valores a receber por contratos de televisão ou vendas realizadas, entre outros.
Jogadores do São Paulo estão com direitos de imagem atrasados — Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net
Paralelamente a isso, o Conselho Deliberativo votará em reunião na próxima terça-feira (dia 2 de julho) sobre os contratos de empréstimos pegos pela diretoria com diferentes bancos. Trata-se de uma ratificação de acordos anteriormente aprovados pelo Conselho de Administração, em maio, e de uma questão estatutária.
Parte desse dinheiro já entrou no caixa do São Paulo. Ou seja, na visão do clube, a aprovação (ou não) por parte dos conselheiros destes empréstimos não muda em nada a situação dos jogadores. Não há uma associação da aprovação dos empréstimos ao pagamento dos atrasados.
No começo da gestão do presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, a diretoria foi autorizada pelo Conselho Deliberativo a pegar empréstimos em bancos. A medida serve para, em casos de necessidade, o clube não ficar “engessado” à espera de uma aprovação dos conselheiros.
Mas, por uma questão estatutária, dependendo do valor e se o tempo de vigência dos contratos ultrapassar o mandato da gestão (nesse caso até 2020), os acordos precisam ser submetidos ao Conselho de Administração e ao Conselho Deliberativo. Alguns bancos também exigem essa ratificação dos respectivos órgãos.
Nos bastidores, conselheiros acreditam que a reunião será agitada, mas não creem em uma reprovação, embora haja opositores que sejam contra a medida.
Conselho Deliberativo do São Paulo terá reunião na próxima terça-feira (dia 2 de julho) — Foto: Marcelo Hazan
Crise financeira
O problema financeiro do São Paulo ocorre por alguns motivos. As trocas de treinadores geraram no total 11 contratações para 2019.
Além disso, as eliminações na Copa Libertadores e na Copa do Brasil fizeram o São Paulo ter de readequar seus gastos. O clube contava em seu orçamento com a classificação até as quartas de final dos dois torneios, o que renderia dinheiro em premiações e bilheteria.
Desde a contratação do técnico Cuca o São Paulo discute uma redução dos gastos no futebol. A saída de Diego Souza teve a ver com essa mudança de perfil, pois o treinador quer trabalhar com um grupo mais jovem. A transferência do centroavante também aliviou a folha salarial.
Esse também é um dos motivos para o clube liberar Nenê, Jucilei e Bruno Peres da reapresentação com o grupo, em Cotia. Biro Biro, por sua vez, rescindiu contrato.
Jucilei e Nenê estão liberados para sair do São Paulo — Foto: Fred Gomes
Para fazer dinheiro na janela internacional de transferências e também equilibrar as contas, o São Paulo conta com algumas negociações: as vendas de Arboleda, David Neres (do Ajax para outro clube) e Lucas Perri.
O zagueiro foi eliminado com a seleção do Equador, tem sondagens e admitiu que provavelmente sairá do Tricolor (sua reapresentação está marcada para domingo). O atacante do Ajax tem vários interessados, mas o clube holandês estuda tentar segurá-lo, e o goleiro treina com o grupo em Cotia, depois de o Crystal Palace não exercer a opção de compra do empréstimo.